sábado, 23 de janeiro de 2010
ENTREVISTA COM MARCOS ROLIM - MIRANTE JORNAL PIONEIRO
Sábado, 23 de janeiro de 2010
'Prisão é para quem é perigoso'
Marcos Rolim, consultor e professor de Direitos Humanos no IPAFoto: Arquivo Pessoal, Divulgação
Pela relevância da entrevista, e para promover maior interação, o blog reproduz a versão original, mais extensa, da entrevista publicada na coluna Mirante deste final de semana com Marcos Rolim, consultor e professor de Direitos Humanos.
Marcos Rolim, ex-deputado estadual e federal e reconhecido ativista dos direitos humanos, participou da formulação e redação dos três Planos Nacionais de Direitos Humanos. Ele é consultor na área e membro titular do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e, desde o início do ano, diretor de comunicação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Também leciona Direitos Humanos no IPA, em Porto Alegre.
Mirante: O plano (Nacional dos Direitos Humanos) está bem feito?
Marcos Rolim: É o melhor dos três. Mantém a linha dos dois elaborados durante o governo FH e priorizou o avanço na identificação das responsabilidades governamentais, os ministérios encarregados, separou responsabilidades entre União, Estados, Ministério Público, Judiciário, municípios. E não existe nenhuma chiadeira na sociedade, a mídia é que inventou. Os comandantes militares não aceitam discutir o passado. Especialmente o comando das três armas, que ameaçaram demissão e criticaram publicamente ato do presidente e comandante das Forças Armadas. Isso, no meu tempo, era insubordinação. Deveria produzir escândalo, mas não houve problema nenhum. Quanto às questões do aborto e dos direitos civis dos homossexuais (união civil e adoção), a Igreja Católica participou do debate. A ideia de que há controle social dos meios de comunicação, isso é problema com a Constituição, está escrito lá. E tem o problema localizado com os produtores rurais, a proposta de audiências conciliatórias (a anteceder cumprimento de mandado de reintegração), mas essas audiências já acontecem há bastante tempo. Em dezembro, 18 ocupações de terra foram resolvidas por consenso nessas audiências, com tempo de duração de uma semana e meia. Foram presididas por Gilmar Mendes (presidente do Supremo Tribunal Federal). Quem as organizou foi o Conselho Nacional de Justiça.
Mirante: Por que tanta resistência e preconceito da população quando se fala em direitos humanos?
Rolim: Isso reflete e diz muito sobre o que é o Brasil e o que é a mídia brasileira. Direitos humanos é uma ideia quase sagrada em países com democracia consolidada. Aqui no Brasil as pessoas precisam dar explicações sobre por que defendem os direitos humanos. Agora uma comitiva do governo gaúcho foi visitar presídios na Inglaterra e ficou deslumbrada: "Aqui as celas parecem quartos", chegaram a comentar. E por que não deveriam ser quartos? O nosso atraso é tão grande que uma ideia civilizatória como os direitos humanos é uma ideia em cheque. Não há possibilidade de civilização nem democracia sem direitos humanos, porque se volta contra a gente.
Mirante: E como se supera esse estágio?
Rolim: Num país de dimensões continentais, com graus de desigualdade e pobreza como o Brasil é impossível se falar em educação sem falar dos meios de comunicação social. E aqui estou falando de rádio e televisão. Rádio e tevê são concessões reguladas pela Constituição, deveria ter programa de tevê e rádio debatendo e trazendo a palavra de especialistas. Aqui todo mundo tem opinião sobre presídio, lei penal. Quando é sobre inflação, se procuram economistas para falar. Mas sobre segurança pública, todo mundo fala, e esse é um tema que deveria ser discutido por gente que tem expertise.
Não temos política de segurança pública. No Rio Grande do Sul, é uma tragédia. Se alguém disser que tem, eu quero que me mostre. Qual é a política, qual é o diagnóstico? O Estado falha em prestar segurança. As polícias se esforçam, a crítica é aos governos, todos os governos, é um déficit nacional. As pessoas se sentem desamparadas, e em grande medida têm razão. Elas precisam encontrar um bode expiatório, e a direita ofereceu os direitos humanos.
Mirante: Nas atuais condições carcerárias, resta outra saída à Justiça a não ser selecionar presos para enviar aos presídios?
Rolim: Não tem nenhuma saída, eles (o Judiciário) estão pressionados pelo Código de 1940 que manda prender todo mundo e os preceitos da execução penal. Um diz prende, outro fala solta. A solução não pode ser encontrada ali. Eles estão lidando com as causas, não com os efeitos. Constroem-se presídios, abrem-se mais vagas, mas eles lotam de novo. A demanda de encarceramento é sempre muito maior. A grande resposta está na outra ponta, é diminuir a demanda de encarceramento. Reservar a prisão para quem é perigoso, os acusados de matar e de estuprar. Do contrário, está se industrializando o crime.
Mirante: Nesse caso, transmite-se uma mensagem à população e aos delinquentes. O que é menos pior: transformar os presídios em bombas-relógios ou expor a população a crimes graves?
Rolim: Há dois direitos que se contradizem. A prisão de uma pessoa implica risco para ela e o risco para o patrimônio. Eu diria que é raríssimo o magistrado não mandar para a cadeia alguém que está sendo acusado de uma violência real. A opção é lógica. Deixar acusado de furto onde não cabe mais ninguém implica muitos riscos. Nós construímos no Brasil um impasse que só irá ser superado com a mudança da lei. Ela deve ser rigorosa para os crimes violentos e tratamento fora da cadeia para o resto, combinado com um bom sistema de pena alternativa. Mas os movimentos que existem para a mudança da lei são no sentido de piorar. Estão sintonizados com a demanda punitiva.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Atividades realizadas em 2009
Atividades realizadas em 2009 pela Vereadora Ana Corso e a Comissão de Direitos Humanos
Audiências Públicas
Audiências Públicas
- Audiência Secretário de Segurança Pública do Estado Cel. Edson Goularte;
- Dia Internacional da Mulher;
- Drogadição: Clínica de Desintoxicação já!
- Fator Previdenciário;
- Invisibilidade do Trabalhador Gari;
- Audiência Regional Mutirão Contra o Crack;
- Pró Educação Inclusiva;
- Longevidade e Qualidade de Vida aos Idosos;
- Diversidade Sexual, Homofobia é Crime, com segmento LGBT;
- Consciência Negra.
- Dia Internacional da Mulher;
- Drogadição: Clínica de Desintoxicação já!
- Fator Previdenciário;
- Invisibilidade do Trabalhador Gari;
- Audiência Regional Mutirão Contra o Crack;
- Pró Educação Inclusiva;
- Longevidade e Qualidade de Vida aos Idosos;
- Diversidade Sexual, Homofobia é Crime, com segmento LGBT;
- Consciência Negra.
- Mutirão da Defensoria Pública ;
- Licença-maternidade de 6 meses é melhor!
- Com moradores do bairro Eusébio Beltrão de Queiroz sobre abuso de autoridade policial;
- Com os moradores do bairro 1º de Maio sobre Abuso de Autoridade Policial;
- Com moradores da AMOD Santa Lúcia do Piaí;
- Licença-maternidade de 6 meses é melhor!
- Com moradores do bairro Eusébio Beltrão de Queiroz sobre abuso de autoridade policial;
- Com os moradores do bairro 1º de Maio sobre Abuso de Autoridade Policial;
- Com moradores da AMOD Santa Lúcia do Piaí;
- Transporte da APAE;
- Com moradores e familiares de caminhoneiro morto pela BM em blitz realizada no Bairro Castelo;
- Trabalhos paralelos de PM's;
- Assédio Moral na rede McDonalds. Visitas e vistorias
- Com moradores e familiares de caminhoneiro morto pela BM em blitz realizada no Bairro Castelo;
- Trabalhos paralelos de PM's;
- Assédio Moral na rede McDonalds. Visitas e vistorias
Confira a programação oficial do 1º Fórum Social Mundial da Serra Gaúcha.
Sexta 22
14h – 18h • I Fórum Regional de Legisladores e Gestores Públicos Locais:
17h • Recepção, inscrições e credenciamento
•Atividades Culturais
19h •Abertura
20h •Conferência: O modelo econômico atual e o mundo do trabalho
Sábado 23
8h - 14 h •Recepção, inscrições e credenciamento
8h •Conferência: Outro modelo de desenvolvimento é possível!
Que Serra Gaúcha queremos?
Como construir um novo modelo de desenvolvimento.
10h •Intervenções do Plenário
11h •Encaminhamentos para os Eixos Temáticos
13:30h •Debates dos Eixos Temáticos
18:30h •Marcha dos Movimentos Sociais(Casa das Artes – Via del Vino)
18h •Noite Cultural com ato simbólico (Via del Vino)
Domingo 24
8-12h •Oficinas
11h •Plenária Final
13h •Leitura da Carta dos Movimentos Sociais
PROGRAMAÇÃO COMPLEMENTAR
I Feira de Economia Solidária da Serra Gaúcha
I Fórum Regional de Legisladores e Gestores Públicos Locais
Acampamento da Juventude
Encaminhamentos:
Construção de um Mosaico do I FSM-Serra Gaúcha
Carta dos Movimentos Sociais da Serra Gaúcha
Mais informações em http://ecosolserragaucha.blogspot.com/
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