Quinta-feira, 8 de Maio de 2008
Funcionários dos Correios fazem denúncia contra a empresa e solicitaram apoio dos Vereadores por melhores condições de trabalho
Câmara Municipal de Caxias do Sul.
Assessoria de Imprensa.
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Os funcionários dos Correios se pronunciaram na Sessão Ordinária desta terça-feira (06) para relatar, novamente, os problemas que vêm sendo enfrentados pela classe e pedir o apoio dos Vereadores.
O diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Postais, Telegráficas e Similares do Rio Grande do Sul, Gilvan Hoffmann, explicou que uma das principais reivindicações é o benefício do adicional de risco e solicitou o apoio dos parlamentares pela causa. “A comunidade não tem noção do que é o adicional de risco, um benefício que o Ministério das Comunicações concedeu como reconhecimento ao carteiro que está exposto a assaltos, cachorros, chuva, sol e frio. Hoje, as agressões vêm dificultando a questão do trabalhador estar no bairro, na periferia realizando a entrega. Temos sobrecarga nas articulações, sofremos de depressão, entre outras doenças ocupacionais. Por isso, a Sintect vem pedir apoio da Casa para que seja feita uma pressão para que esse adicional esteja na folha de pagamento. O prazo era de 90 dias, mas já se passaram 45 dias”, ressaltou.
Vital Barbosa, diretor da Secretaria de Saúde do Trabalhador do Sintect, justificou porquê o serviço está tão ruim hoje em dia. “Recebemos muitas reclamações de contas atrasadas ou do não recebimento de correspondências. Os Correios têm mais de 30 anos de reconhecimento, conta hoje com mais de 110 mil trabalhadores e, pode-se dizer, que é uma empresa de credibilidade. Mas nos é exigido muita coisa e não nos são oferecidas mínimas condições para a realização do nosso trabalho. Ganhamos um salário e meio, até dizem que os funcionários públicos são ‘marajás’, mas não é verdade. Estamos sendo castigados por essa última administração”, enfatizou.
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Barbosa ainda chamou a atenção para o problema da falta de participação de todos os funcionários nos lucros da empresa, denunciando a gestão da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). “Para vocês terem uma idéia, eu ganho quinhentos reais. Nós carregamos peso durante todas as horas de trabalho, sofremos com o tempo, com assaltos, pois carregamos cheques e cartões de crédito. Não é justo com nós, trabalhadores, que passamos por tudo isso, não termos grande Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa, sendo que a nossa gerência recebeu até quarenta e dois mil reais. Nós temos tentado conversar, mas eles não são nada democráticos conosco. Por isso, viemos pedir para que vocês, Vereadores, cobrem da gestão, façam com que eles sejam mais democráticos, questionem a empresa e não os carteiros. Precisamos dessa ajuda. Vamos fazer um processo muito grande e denunciar, afinal um cachorro nos mordendo era romântico, hoje os nossos próprios colegas nos “mordem” lá dentro”, reforçou.
Os Vereadores que se manifestaram, mostraram-se solidários à causa dos trabalhadores dos Correios e prometeram ajudá-los com o que for possível. “Foi muito esclarecedora a vinda de vocês hoje aqui. Vocês deixaram bem claro por parte de quem os problemas vêm acontecendo. Certamente iremos ajudar levando a demanda às pessoas que devem ouvi-la. Esse é um clamor que é importante que se defina”, declarou Deoclecio da Silva/PMDB.
O Vereador Mauro Pereira/PMDB disse: “A empresa dos Correios é o orgulho de todos nós. Infelizmente, ela está passando por esse momento ruim. Mas, coloco-me à disposição para ajudá-los, para que possamos fazer com que a verdade seja estabelecida”.
“Não quero desmerecer os demais funcionários públicos, mas o dos Correios são os “patinhos feios” da área pública. Teríamos que encaminhar uma Moção à direção da empresa em apoio a essa causa”, propôs Pedro Incerti/PDT.
O Vereador Alfredo Tatto/PT manifestou-se: “Esperamos que o Ministro das Comunicações, além do belo trabalho da TV digital que vem realizando, se preocupe com as outras áreas da comunicação. Seremos favoráveis a essa Moção proposta, para que alcance todos os setores dos Correios”.
“Quero louvar os funcionários que estão percorrendo as demais Casas Legislativas por essa luta. Fico preocupado com as pressões que os carteiros estão sofrendo, trabalhando muito e ganhando pouco”, declarou Francisco Spiandorello/PSDB.
A Vereadora Ana Corso/PT afirmou: “Quero falar como companheira. Sou completamente favorável a tudo o que foi falado por vocês hoje. Estaremos assinando a Moção. Acho que é importante lutarmos”.
“Várias pesquisas de qualidade sempre levaram o nome dos Correios e, de uns tempos para cá, essa credibilidade está caindo. Foi muito bom vocês esclarecerem que é problema de gestão. Vamos tentar fazer de tudo para resgatar essa credibilidade”, garantiu Edson da Rosa/PMDB.
O Presidente do Legislativo, Vereador Edio Elói Frizzo/PSB, agradeceu a vinda dos trabalhadores e disse que a Casa tem consciência dos problemas enfrentados e continuará lutando para saná-los. “Somos solidários à luta de vocês. Fica delegado ao Vereador Pedro Incerti para que seja feita, então, uma Moção de apoio e solidariedade à luta de vocês. Esse é interesse nosso também, afinal queremos um serviço de qualidade”, finalizou.
Fonte: http://www.camaracaxias.rs.gov.br/imprensatexto.php?ID=2252&data=06/05/2008
Comentário do Vital: Colega Ecetista, fiscalize o seu sindicato. Compareça e traga seus colegas à Assembléia de Prestação de Contas do SINTECT/RS.
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Quarta-feira, 7 de Maio de 2008
Tribuna Livre para o SINTECT/RS em Caxias do Sul
A Tribuna da Câmara dos Vereadores de Caxias do Sul se abriu nessa terça-feira para a Comunidade Ecetista, nas vozes dos Diretores Gilva Hoffmann, da Subsede da Serra, e de Vital Barbosa, da Saúde do Trabalhador.
Gilvan falou aos presentes das condições de trabalho dos Carteiros e das diversas situações de exposição à violência no seu dia a dia, esclarecendo a fundamentação do Adicional de Risco. Expôs também a precariedade atual do adicional, pois não está ainda incorporado aos vencimentos. Com essa finalidade, solicitou esforço político aos Vereadores para reforçarem, junto a seus partidos políticos, o apoio aos Ecetistas.
O diretor da Subsede falou sobre o SD - Redistritamento - que significa atingir mais bairros de Caxias e região na distribuição. Dessa forma, deverão ser abertas mais vagas e incluídos mais trabalhadoras e trabalhadores para o atendimento à população e que o SINTECT/RS acompanha o processo.
O Diretor da Saúde do Trabalhador trouxe ao Legislativo de Caxias a situação atual de sucateamento promovido pela empresa, a fim de baixar a qualidade do atendimento prestado à população e visando à privatização dos Correios. Falou aos presentes da campanha de redução da jornada de trabalho promovida pela CUT e que, infelizmente, tem sido o obrigado a pedir aos Ecetistas que trabalhem "apenas" suas 8 horas diárias, tendo em vista o fato de que os colegas vêm cumprindo jornadas de 10, 12 horas.
Vital lembrou aos Vereadores que a Administração dos Correios é composta de companheiros ex-sindicalistas e que a "gestão paticipativa" não é democrática. Ele esclareceu que a Empresa de Correios obteve lucros superiores a 60 por cento em relação à 2006 e que a divisão dos lucros - a PLR - com quem efetivamente carrega o peso da sacola nas costas, a área operacional, foi de 50 por cento a menos do que no ano passado. Relatou aos presentes que as chefias receberam montantes de até R$ 42.000,00 (quarenta e dois mil reais) de participação nos lucros e que a Greve nacional nos Correios foi em resposta a isso.
O Diretor relatou que, ainda naquela manhã, havia sido questionado na sede da empresa, em Porto Alegre, a respeito dos mais de 240 Ecetistas que atendiam ao contrato com a Corsan. Declarou aos presentes que há falta de trabalhadores e de trabalhadoras em diversos distritos e que seria equivocado não realocar esses colegas para se adequar às necessidades da população no Estado.
Vital falou da falta de política de reabilitação com os adoecidos na empresa, porquanto os trabalhadores(as)vêm sendo recolocados no mesmo local que gerou a doença laboral. Com essa prática, esclareceu, os Ecetistas com doenças relacionadas ao trabalho têm sido pressionados pelos próprios colegas, pois não conseguem desempenhar as mesmas funções exercidas antes.
O Ecetista denunciou que há descrédito de toda a categoria em relação ao FAG - Fundo de Apoio ao Gestor, criado para atender aos interesses dos administradores e que repercute negativamente, uma vez que a base não possui sequer Plano de Cargos, Carreiras e Salários, tendo pouco mais que o salário mínimo como vencimento. O Diretor finalizou dizendo que "O Assédio Moral nos Correios é diário. O ataque dos cachorros ao Carteiro é da era 'romântica'. Hoje temos os companheiros nos nossos calcanhares".
Após a tribuna do SINTECT/RS, os parlamentares se manifestaram. Decidiram por unanimidade pelo envio de MOÇÃO conjunta às administrações da Empresa de Correios, ao Ministro Hélio Costa/PMDB e ao governo federal, em apoio aos Ecetistas.
Esse blog destaca três manifestações dos componentes da Câmara, de Alfredo Tatto/PT, de Ana Corso/PT e de Edson da Rosa/PMDB.
Tatto referiu que o PT não esquece de sua luta histórica e elogiou a eleição e as ações do Presidente Lula. Lembrou que o governo é de coalizão e que, portanto, possui vários partidos exercendo o poder, nesse caso, o Presidente dos Correios e o Ministro Hélio Costa são do mesmo partido e que deverão ser lembrados de sua responsabilidade na manutenção da empresa pública e de qualidade.
Ana Corso relatou que é oriunda do Movimento Sindical, vinda da luta dos trabalhadores em tecelagem na região. Ressaltou que o documento deveria ser dirigido ao Presidente dos Correios - do mesmo partido do Ministro de Comunicações e que deveria, também, atingir a todos os componentes da administração da empresa, para que sejam lembrados de sua história de luta em defesa dos trabalhadores.
Por fim, o Vereador Edson da Rosa/PMDB afirmou que, se a credibilidade dos Correios vem caindo, "bota para a rua" a presidência da gestão, pois não queremos a privatização. Enfatizou que foi muito positiva a visita dos Correios ao Legislativo de Caxias.
