sexta-feira, 3 de abril de 2009

JORNAL GAZETA DE CAXIAS REPERCUTE VISITA AO IML FEITO PELA CDH


03/04 às 18:27 DENÚNCIA


Quem precisar do IML de Caxias está ferrado


O fato é tão grave que, na última quinta-feira, um corpo permaneceu durante duas horas e meia na calçada no centro de Caxias por falta de perito do IML. A expectativa é que apenas em agosto as deficiências serão sanadas.





Ana: “A região precisa pensar na construção de outro IML"









Depois de receber várias denúncias quanto a qualidade dos serviços prestados à comunidade, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores esteve durante a semana no Instituto Médico Legal de Caxias do Sul e constatou ausência de profissionais e falta de material. O IML de Caxias é o único da região e atende mais de 80 cidades e nem tem estrutura para abrir plantão no final de semana.


A Gazeta de Caxias conversou com a vereadora Ana Corso (PT), presidente da CDH. Veja a entrevista:

Gazeta - O que foi encontrado de errado no IML pela comissão de direitos humanos, cidadania e segurança?

Ana Corso - Existe uma falta de equipe técnica de plantão nos finais de semana, pois é quando ocorre o maior número de incidências. Não tem nenhuma equipe técnica de plantão aqui em Caxias do Sul, caso aconteça algo a equipe que atende se desloca de Porto Alegre.


Gazeta - Seria pela falta de profissionais?


Ana Corso - Outra questão é a falta de profissionais e equipe técnica para a estrutura física que já existe no IML, principalmente no departamento de criminalística, para não ocorrerem casos como o que saiu na imprensa do corpo que ficou exposto durante 9 horas.


Gazeta – Quantos casos o IML atende diariamente?

Ana Corso - O IML de Caxias do Sul atende de 40 a 50 casos por dia, pois não são só casos de autópsia, qualquer caso de corpo delito vai pro IML. Além disso, aqui em Caxias são atendidos 80 municípios.



“O problema do IML

nos fins de semana

precisa ser resolvido”


Gazeta - O IML de Caxias é o único que existe na região?

Ana Corso - Acho inadmissível que uma estrutura como tinha o IML de Taquara esteja fechada quando existe uma demanda tão grande. Vamos mandar um relatório para o Doutor Auro Figueiredo Martins que é diretor do Instituto Geral de Perícias, colocando a questão da necessidade de se abrir outros IMLs aqui na região da serra. Temos também carência de material técnico, muitas vezes falta até pinça e tesoura.

Gazeta - A falta de profissionais se dá pela falta de funcionários disponíveis no mercado ou pela falta de verba?
Ana Corso - Ocorre que como é concurso público, os profissionais que são mandados pra cá são de outras cidades e acabam desistindo por causa da distância. Outro ponto é o baixo salário que é desestimulante. Eles ganham em torno de R$ 2.700, pelo tempo que eles trabalham e pela demanda de trabalho é pouco. São oito auxiliares de perícia, seis oficiais e dois emergenciais.

Gazeta – A senhora acredita que o plantão do IML será ampliado para o final de semana?

Ana Corso - Existia isso quando tinha equipe suficiente, como muita gente saiu não é mais possível abrir plantão nos sábados e domingos. Portanto, assim que normalizar o quadro de profissionais também irá normalizar o horário de atendimento. O plantão do final de semana precisa ser urgentemente resolvido e reativado.

Gazeta - Alguma cidade já foi elencada para a construção de um novo IML?

Ana Corso - Primeiramente é preciso reabrir o de Taquara, não tem por que estar fechado com toda a estrutura já existente. Além disso, a região já precisa começar a pensar na construção de outro Instituto Médico Legal, uma vez que nossa demanda para atendimento é muito grande.

Gazeta - A estrutura física do IML de Caxias do Sul é suficiente?
Ana Corso - Sim, nós lutamos durante anos para a construção do prédio, antes disso, era feito dentro dos cemitérios. O espaço em termos físicos está bom, ninguém reclamou, ele é adequado. O que falta é material técnico e humano.

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