quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Falta de acordo entre médicos do SUS e prefeitura gera outro debate na Câmara

Audiência entre as partes, nesta terça-feira, não encerrou a paralisação da categoria


Na sessão desta quarta-feira (06), a greve dos médicos do SUS de Caxias do Sul gerou outro debate. O primeiro a se manifestar foi o vereador Renato Oliveira/PCdoB. Ele criticou o resultado da reunião de ontem, entre a Procuradoria do Município e o Sindicato dos Médicos de Caxias, em greve desde o último dia 30 de agosto. Na audiência cível, não houve conciliação. Assim, continua a paralisação. A categoria pede 60% de abono sobre o salário básico atual, de R$ 2,1 mil, sendo retroativo a abril deste ano.


Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa, Renato mostrou-se surpreso pelo fato de o Executivo não ter sinalizado contraproposta, mesmo após 37 dias de contínua paralisação. Cobrou que o município proponha alguma alternativa para resolver o impasse. Sugeriu a contratação de médicos, em caráter de emergência.


Em concordância, a vereadora Denise Pessôa/PT, que integra a comissão, ressaltou a inexistência de tratativas da prefeitura com o sindicato e, também, a postura do Executivo, de, apenas, aceitar negociações com Sindicato dos Servidores. O Sindiserv tem legitimidade como sindicato, mas não é quem puxa a greve, observou. Para ela, a saúde não tem sido encarada como prioridade.


Para Assis Melo/PCdoB, o Legislativo precisa mediar a situação, sobretudo, no caso dos vereadores membros da Comissão de Saúde. Diferentemente dos trabalhadores da iniciativa privada, os médicos não dependem do cargo público para sobreviver, pois mantêm atividades nos consultórios e clínicas. Também não vejo preocupação do Ministério Público com a paralisação, destacou.


Por outro lado, Geni Peteffi/PMDB defendeu a postura do Executivo. Acredita que o governo preocupa-se em fazer uma proposta sustentável a longo prazo, e não, apenas, emergencial. Considerou, ainda, que o Sindicato dos Médicos erra, ao não aceitar tratativas com o Sindiserv.


Ana Corso/PT, que também integra a Comissão de Saúde, lembrou que, na primeira greve, em abril, o município recorreu à Justiça. Acredita que, nesse momento, continua sendo a melhor via para resolver o impasse. Comentou que, em Porto Alegre, médicos e prefeitura viabilizaram um acordo. Na Capital, houve diálogo, e a prefeitura referendou ao Sindicato dos Médicos abono retroativo ao mês de maio. Aqui, a Justiça deve fazer o mesmo, asseverou.


Gustavo Toigo/PDT, contudo, discordou de Ana. Argumentou que o Judiciário não tem a função de definir porcentagem de aumento para funcionários. Contrariando o colega Assis, salientou que, em abril, a paralisação dos médicos foi considerada legítima, e não a representação dela. Conforme Toigo, ambos os lados mostram intransigência, o que, para ele, impede o encontro de solução.


Mauro Pereira/PMDB procurou enaltecer os 50% da categoria médica, que continua em atividade, e os demais enfermeiros e colaboradores que, segundo ele, tentam amenizar o quadro de dificuldades.

06/10/2010 19:40
Assessoria de Comunicação
Câmara de Vereadores

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