Vereadores, em acirrados debates, divergem sobre possível redução de calçada na Avenida Rio Branco. A vereadora Ana Corso (PT) foi a mais contundente dizendo que “a prefeitura só levou em conta o estudo do empreendedor”.
Foto por Gabriel Rodrigues
Para vereadora prefeitura só levou em conta o estudo do empreendedor
A polêmica sobre possível redução de 75 centímetros da calçada, localizada no lado direito da Avenida Rio Branco, para viabilizar a construção de terceira pista, entre a Avenida Itália e a Rua Machado de Assis, voltou à tona na Câmara Municipal.
Discussão
Os vereadores retomaram a discussão sobre as medidas da Secretaria de Trânsito, Transporte e Mobilidade para readequar o trânsito das imediações do San Pelegrino Shopping Mall, com inauguração prevista para o final de setembro. A diminuição da calçada acarretaria corte de 23 árvores. Destas, 19, que ainda não atingiram a maturidade, seriam replantadas junto ao Largo Padre Giordani.
Contraponto técnico
Inconformado com a redução da calçada e o consequente corte de árvores, o vereador Rodrigo Beltrão (PT) aproveitou para repercutir audiência pública da última sexta-feira (20). Promovida pela Comissão de Legislação Participativa e Comunitária, presidida por ele, tratou do assunto no Plenário da Casa. Disse que o encontro complementou reunião anterior, da Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação, no final de julho. “Agora, houve contraponto técnico à proposta da prefeitura”, observou.
Veículos de transportes
Para Beltrão, o estudo de impacto urbano, desenvolvido pelo empreendedor do shopping, e pelo qual a prefeitura tem se baseado, só contempla os veículos de transporte. Por isso, adiantou que encaminhará um pedido da Comissão para que a prefeitura promova análise de impacto na circulação dos pedestres.
Interesses comerciais
Em tom veemente, a vereadora Ana Corso (PT) criticou o fato de a prefeitura, segundo ela, só ter levado em conta o estudo do empreendedor. Ana disse que “interesses comerciais estão prevalecendo aos da comunidade de São Pelegrino e que, além disso, há contradição entre os estudos do shopping e o plano de revitalização do bairro, proposto pela Secretaria do Planejamento. Em momento algum a proposta refere recuo de calçada e corte de árvores”.
Primeiro estudo
A vereadora também disse que, “à época do primeiro estudo de impacto urbano do shopping, em 1992, nenhum técnico da prefeitura havia assinado o documento, a título de aprovação”. Ressaltou que, “na sequência, a obra seria embargada, já que excedia, em mil metros, a área construída. Hoje, o complexo prevê 41.870 metros de construções”.
Adversidades
Mauro Pereira (PMDB) mostrou-se totalmente favorável ao projeto de readequação ao trânsito de São Pelegrino. Garantiu que o shopping contribuirá para o desenvolvimento econômico do município. Disse acreditar que, com três pistas, no trecho em discussão, toda a comunidade do bairro será beneficiada.
Rechaçou, ainda, o que chamou de exagero por parte dos parlamentares Ana e Beltrão, ao sustentarem as possíveis adversidades que a terceira pista traria para a região.
Deselegante
Geni Peteffi (PMDB) rebateu a posição tomada pelo especialista em Engenharia de Trânsito Mauri Panitz, presente à audiência da última sexta-feira. “Ele colocou em dúvida o trabalho dos técnicos da prefeitura. Foi muito deselegante”, comentou.
Readequação
Conforme a proposta de readequação, no trecho de 10,7 metros da Rio Branco, ponteado pela Av. Itália e pela rua Machado de Assis, no sentido Norte-Sul, por onde se dará o acesso principal ao futuro centro de compras, seria construída terceira pista para aumentar, em 50%, a capacidade da via. Atualmente, pelo espaço, passam 1,9 mil veículos por hora.
Por João C. Garavaglia 27/08/2010
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