Veja o que dizia o diretor Marcus Vinícius Caberlon:
“Assim como todo o ano tem Páscoa e tem Natal, tem também o reajuste de água.”
Foi assim que o diretor-geral do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Marcus Vinicius Caberlon, iniciou a coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, onde divulgou o aumento da tarifa de água em Caxias do Sul. O reajuste de 21,42%, reflexo do volume de investimentos realizados na cidade, como o Sistema Marrecas e o Plano de Despoluição dos Arroios, começa a valer nas contas com vencimento a partir de 1° de março deste ano.
A tarifa mínima de consumo residencial de água, para quem consome cinco metros cúbicos, era de R$ 11,85. Com o aumento de 21,42%, essa tarifa passa a custar R$ 14,40, um acréscimo de R$ 2,55. Para quem consome 10 metros cúbicos, o valor passará de R$ 24,45 para R$ 29,70, um aumento de R$ 5,25.
O diretor-geral do Samae destacou que os valores cobrados para as faixas de consumo mais comuns, as de até 10 metros cúbicos (o equivalente a 10 mil litros) são extremamente baratas e inferiores às cobradas por outras operadoras do Estado. O custo médio para o Samae é de R$ 3,30 para cada 1 mil litros de água tratada e distribuída à população.
“Quem consome até 15 metros cúbicos não cobre o custo que temos para entregar a água. Só quem consome mais do que isso, e os consumidores comerciais e industriais que nos trazem resultados econômicos”, explica.
Dados de 31 de dezembro de 2008 mostram que 151.298 clientes pagam a conta de água ao Samae. Só no ano passado, foram ligadas quase 5 mil novas economias à autarquia. Este crescimento, segundo Caberlon, demonstra a necessidade de ampliar o sistema de abastecimento.
“E as obras já estão sendo realizadas. Precisamos manter a continuidade delas.”
O reajuste, de acordo com o diretor-geral, refletiu uma série de dados, especialmente os custos do Samae.
“Precisamos contemplar nesse projeto, feito pela nossa divisão financeira, os investimentos neste período. E o reajuste nos garante condições financeiras de cumprir todos os investimentos programados”.
As aplicações previstas para este ano são de quase R$ 63 milhões, e além do Marrecas e do Plano de Despoluição, envolve, entre outros gastos, modernização das adutoras e estações de tratamento de água e ampliação dos prédios do Samae.
Este ano, o Samae não trabalhou com a proposta da tarifa social, que faz com que a conta da água fique de acordo com a condição sócioeconômica do cliente, e não apenas com o consumo, pois quem tiver menos condições financeiras poderá receber redução no valor da água. Em 2009, o reajuste da taxa de água foi de 11,95% para a tarifa mínima, depois de um recuo por causa da polêmica proposta de aumentar 116%, por causa da tarifa social. Caberlon não esconde a frustração ao falar do projeto da tarifa, mas aposta no ano de 2010 para retomar a discussão e implantar o novo projeto.
“Acho que como está, está errado. Não leva em consideração a condição econômica de ninguém. Todos deveríamos pagar pelo custo da água e pagar por quem não poderia pagar.”
Publicado às 18h04 de 27 de janeiro de 2010
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