Comissão de Direitos Humanos discute a criação de casa de parto
A instalação poderia oferecer mais oportunidades de gestação natural
As diferenças entre a prática do parto natural e da cesariana, bem como, a criação de uma casa de parto, em Caxias do Sul, estiveram na pauta da reunião da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança, realizada na tarde desta sexta-feira (18/11), na Câmara Municipal. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é um dos países com maior porcentagem de cesarianas feitas sobre o número total de partos, contabilizando 84% dos nascimentos com plano de saúde, e um índice pouco menor, nos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a representante do movimento Nascer Sorrindo, Rachel Soares, o grupo não se opõe à cesariana em si, mas é contra a aplicação generalizada do método que, em Caxias, chega a 77% dos nascimentos, quando o recomendado pela OMS é de apenas 15%. Ela também propôs a criação de uma casa de parto em Caxias, um local intermediário entre os lares e os hospitais, para oferecer o conforto e os cuidados médicos necessários.
A deputada estadual Marisa Formolo/PT manifestou a sua posição crítica com relação à cesárea. O parto se tornou um serviço que pode ser comprado, e temos de resgatar o ambiente de aconchego e naturalidade do parto normal, explicou.
Na mesma linha, a vereadora Ana Corso/PT defendeu a gestação natural, mas sem deixar de se preocupar com a segurança. Eu sou de uma geração de feministas que tinha essa preocupação com a humanização do parto, mas existem os imprevistos. Não há situações livres de riscos para a mulher, e é para esses casos que se indica a cesárea, afirmou.
Em contrapartida, o representante da Secretaria da Saúde, Dino De Lorenzi, sugeriu algumas modificações ao projeto da casa de parto, como a inclusão de uma equipe multidisciplinar composta por médicos e enfermeiras obstetrícias, além da necessidade de se localizar junto a um hospital, oferecendo, assim, a possibilidade de atendimento rápido, em casos de risco.
A presidente da comissão, vereadora Denise Pessôa/PT, apontou para mudanças de posturas ideológicas por parte da população, antes de serem tomadas medidas mais drásticas. Em geral, as pessoas acreditam que a cesárea é melhor, mais rápida, mais segura, comentou. A parlamentar também se comprometeu a organizar mais reuniões, para avançar a discussão sobre o assunto.
Além da presidente Denise, integram a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança os vereadores Ana Corso/PT, Mauro Pereira/PMDB, Renato Oliveira/PCdoB e Renato Nunes/PRB.
18/11/2011 17:56
Assessoria de Comunicação
Câmara de Vereadores de Caxias do Sul
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