sábado, 14 de abril de 2012

AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE O CRACK COM ALUNOS DA FSG



CRACOLÂNDIAS - JORNAL PIONEIRO

Combate passa pela educação

Caxias do Sul – A inclusão de uma disciplina obrigatória sobre dependência química nas escolas do município e a execução de operações policiais como a que prendeu mais de 70 traficantes em São Borja, no final de março, são algumas das sugestões apresentadas na audiência pública que discutiu a problemática do crack, sexta-feira, no auditório da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG). Organizado pela Câmara de Vereadores e FSG, o encontro reuniu principalmente estudantes e professores da faculdade, além de vereadores.


A força-tarefa montada para acabar com as cracolândias e motivar que os viciados busquem tratamento esteve no centro dos debates. A discussão aconteceu no mesmo dia em que policiais militares, guardas municipais e uma assistente social da Secretaria da Segurança Pública e Proteção Social começaram o cadastramento dos dependentes que utilizam casas abandonadas e terrenos baldios para consumir crack. Até sexta-feira, 19 cracolândias haviam sido mapeadas na cidade.


A mobilização de autoridades da área de segurança pública e da administração municipal, a primeira da força-tarefa que reúne órgãos de segurança, saúde, assistência social e educação, pretende levantar o número de drogados e verificar se há migração de uma cracolândia para outra quando elas são destruídas.


– Determinar quem está usando drogas ilícitas não seria a mesma coisa que cadastrar os ladrões? Porque, afinal de contas, eles também estão cometendo atos ilícitos. Esse cadastramento não seria reunir esforços para algo inútil, já que esses dependentes não vão falar nada, não vão se identificar como usuários ou traficantes? – perguntou uma estudante.


Outro participante questionou se as ações desencadeadas não estariam equivocadas, já que, na força-tarefa, as partes administrativas e repressivas estão à frente das medidas de assistência social. A vereadora Ana Corso (PT) concordou:


– A gente não pode ter só uma ação repressiva. Sei que não vai ser só isso. Mas temos que ter primeiramente a ação preventiva. Precisamos ter turno integral nas escolas, oficinas de lazer, centros de convivência, música, esporte. Toda a questão da prevenção tem que ser um fator primordial. Tem que ter políticas públicas para a ressocialização. Não adianta mapear para extinguir, como foi feito em São Paulo. Acabaram com a cracolândias? Acabaram nada. Eles migraram para outro local – opinou a vereadora.


silvana.castro@pioneiro.com
SILVANA DE CASTRO

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