segunda-feira, 4 de julho de 2011

CÃES ABANDONADOS CAUSAM POLÊMICA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA

JORNAL GAZETA DE CAXIAS


Cães abandonados causam polêmica em audiência publica na Câmara



O controle sobre a comercialização de animais, com a regulamentação de feiras, e a criação de campanhas de conscientização para a esterilização (castração) estiveram na pauta da audiência pública que, na tarde desta segunda-feira (27/06), pôs em discussão a posse responsável de animais domésticos. Na sala das comissões da Câmara Municipal de Caxias do Sul, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente também trouxe à tona essa situação, em comunidades carentes da cidade.



A falta de divulgação das ações em bairros pobres, onde não haveria controle sobre a proliferação de cães e gatos, esteve entre as dificuldades apontadas. A compra e a venda de animais, em detrimento da adoção, receberam críticas das dezenas de participantes, já que a prática aumentaria o contingente de animais vítimas de maus tratos e abandonados.



A vereadora Ana Corso (PT) comentou sobre o pedido de informações de sua autoria aprovado em maio passado. O texto questionou o Executivo quanto aos serviços da clínica licitada pelo município, para realizar a castração e a microchipagem de animais. Segundo a petista, denúncias davam conta de que os bichos não eram buscados na casa dos donos, como previa o edital. Além disso, o método de castração utilizado teria ocasionado mortes por infecção.



As informações receberam a contestação de representantes da clínica. A proprietária, Giovana Dall'Agnol, ressaltou que os óbitos, cinco em um período de cinco meses, não tiveram relação com o método de castração. Além disso, afirmou que os animais são buscados nos domicílios, o que, no entanto, não impede que os proprietários os levem até o local do procedimento. Reforçou que a empresa obedece às determinações da equipe da Vigilância Ambiental, que define as regiões prioritárias.



Em julho será lançada
uma cartilha sobre  o
cuidado com animais


A diretora de Vigilância Ambiental em Saúde da prefeitura, Anete Viezzer, destacou que há fiscalização da secretaria, sobre a esterilização e a microchipagem, e que o serviço atinge os bairros do município. Referiu, ainda, o comitê animal, que reúne entidades de proteção e o próprio poder público. Ao defender a educação preventiva, Anete informou o lançamento, em julho, de uma cartilha sobre o cuidado com os animais, a ser distribuída nas escolas do município.

A promotora Janaína de Carli dos Santos teve acesso à listagem de pessoas que utilizaram os serviços de castração e microchipagem, oferecida pela Vigilância Ambiental. Disse que, até o momento, não foram registradas queixas. Parabenizou a prefeitura pelo trabalho desenvolvido na área.



Quanto à lista mencionada por Janaína, a vereadora Ana solicitou que esse relatório também seja repassado à Comissão de Saúde para averiguação dos atendimentos. Segundo a parlamentar, a comissão deverá promover um levantamento das normas referentes às feiras de animais, em outras cidades. A petista garantiu que analisará a possibilidade de lei específica que aborde o serviço de esterilização e microchipagem no município.


O vereador Renato Nunes (PRB) aproveitou para sugerir a ampliação do espaço da Soama e a criação de um cemitério para animais, em Caxias. As discussões de representantes de entidades não governamentais do poder público e defensores dos animais seguiram em torno do Programa de Posse Responsável de Animais da Secretaria Municipal da Saúde, lançado no início deste ano.



A iniciativa prevê palestras para alunos de escolas da rede municipal e capacitação para professores, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, além de atividades de esclarecimento para a população em geral, através de visitas domiciliares e da distribuição de impressos.



Também faz parte do programa a castração com microchipagem, em vigor desde 2010. Oferecido gratuitamente, o serviço é executado por uma clínica terceirizada e realiza, em média, 700 castrações por mês.



Em nome da Sociedade Amigos dos Animais (Soama), Natasha Valenti elogiou o programa da Secretaria da Saúde, embora tenha considerado ser preciso maior divulgação. Para ela, o recolhimento de animais não soluciona e pode incentivar o abandono. A entidade, atualmente, aceita apenas animais debilitados, e realiza castração nos bichos. Observou que a grave situação de abandono é fruto de posse irresponsável.

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