Em meio às denúncias de irregularidades nas concessões de táxis em Caxias do Sul, ontem surgiu mais uma preocupação para a administração municipal. Da tribuna da Câmara, a vereadora Denise Pessôa (PT) declarou que há contratos irregulares nos serviços de informática da Fundação de Assistência Social (FAS). Conforme a vereadora, a empresa com contratos de cerca de R$ 45 mil desde 2006 tem como sócio um filho da presidente da FAS, Maria de Lurdes Grison, a Lurdinha, o que ela admitiu ontem (leia na página 4). A Lei Orgânica municipal impede a contratação de parentes até o terceiro grau ou de suas empresas. Sem negar a acusação, a vereadora líder de governo, Geni Peteffi (PMDB), lembrou que na gestão de Pepe Vargas (PT) quem cuidava do serviço de informática do Samae e da Codeca era o cunhado do presidente do PT, o que nunca teria sido questionado (talvez pelo fato de cunhado não ser parente). Geni ainda declarou: – Acho que tem algumas coisas que a gente até releva, porque sabe quem está fazendo. A afirmação de Geni, registrada na Câmara de Vereadores, é ainda pior do que a denúncia, pois parece admitir a existência de irregularidades. Depois da sessão, questionada sobre a declaração, a peemedebista reforçou que não acha correto a prática da FAS, mas que “não se pode levar tudo tão a sério”. Ela declarou ainda que um dos incisos da Lei Orgânica permitiria a contratação, mas não soube dizer qual. Convenhamos que não importa se o valor dos contratos em seis anos não foi tão elevado ou se os serviços foram prestados adequadamente. Se a lei impede, não pode. Resta saber o que pensa o prefeito José Ivo Sartori (PMDB): se vai apurar se houve irregularidade e tomar uma atitude e, na carona, dizer a público que não concorda com Geni, ou se vai deixar tudo como está.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
NÃO PODE, DONA GENI - Coluna Mirante
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