Visita de vereadores a um preso supostamente agredido gerou polêmica na cidade Caxias do Sul – A atuação da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança (CDHCS) da Câmara de Vereadores em defesa de um preso promoveu fortes discussões na cidade nesta semana. O debate se acirrou ainda mais quando chegou ao plenário, colocando até mesmo vereadores de situação em conflito. O estopim da polêmica, que ganhou maior visibilidade na sessão de terça-feira, foi a visita de parlamentares da CDHCS ao preso Adair José Ferreira Gomes, 27 anos, supostamente agredido por policiais. Horas antes da visita dos vereadores no Hospital Pompéia, onde esteve internado até sexta-feira, Gomes teria se envolvido num sequestro.
O episódio levou populares a sugerir que a comissão estaria defendendo bandidos (leia ao lado trechos de cartas enviadas ao Pioneiro) e dividiu as opiniões dos parlamentares. Os vereadores Ana Corso (PT), Renato Nunes (PRB) e Renato de Oliveira (PC do B) estiveram no hospital no dia 22 de outubro. Segundo eles, no instante da visita ao preso, não sabiam do sequestro.
– Acho que nosso erro não foi ter ido ver essa pessoa no hospital, mas deveríamos ter visitado também a família (da vítima do sequestro), só que não tínhamos essa informação – justificou Nunes.
Presidente da CDHCS, Ana Corso reafirmou que a comissão não está do lado de bandidos, mas sim do rigor da lei. Ela diz que enaltece o bom policial, mas, na sua visão, o mau policial não pode continuar nas ruas
– Defendemos que a Justiça garanta o estado de direito e, à Brigada, cabe prender (o bandido) – ressaltou a parlamentar.
O presidente do Legislativo, Edio Elói Frizzo (PSB), manifestou-se em apoio à comissão. Conforme ele, o grupo já fez várias audiências públicas em prol de vítimas de crimes.
Após o posicionamento de Frizzo, o vereador Mauro Pereira (PMDB) voltou a esquentar as discussões. O peemedebista, outro integrante da comissão, mas que não visitou o preso, propôs à polícia caxiense agir como a Rota, o batalhão de choque de São Paulo.
– Temos de ouvir também o brigadiano, temos de ouvir a todos. Estamos aqui para ajudar a todos, defender a vítima e apoiar a BM. Tem hora que nossa Brigada Militar está delicada demais. Às vezes, é preciso serviço da Rota – frisou.
Incomodado com a postura de Mauro, Frizzo (PSB) reagiu, propondo ao peemedebista a sua saída da CDHCS. O socialista também chamou de fascista alguns discursos da mídia, por opinarem que a CDHCS estaria do lado de bandidos.
VANIA ESPEIORIN
Multimídia Ana rebateu as críticas Geni em apoio a Mauro Frizzo diz para Mauro sair Mauro defende a Rota
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