sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"NÃO É EXCEÇÃO, É EXCESSO"

Comissão de Direitos Humanos visitou preso supostamente agredido por PMs Caxias do Sul – Vereadores da Comissão de Direitos Humanos do Legislativo afirmam que parte dos 446 policiais militares caxienses é despreparada para estar nas ruas. Segundo integrantes da comissão, alguns brigadianos são truculentos e cometem, durante abordagens, abuso de autoridade, racismo e assédio sexual. As opiniões foram expressas ontem à tarde, quando os legisladores estiveram no Hospital Pompeia para visitar Adair José Ferreira Gomes, 27 anos, supostamente agredido por PMs.

O rapaz foi preso na madrugada de quarta-feira, depois de ter sequestrado um jovem na entrada da casa dele, no loteamento Adamatti. Antônio Ferreira da Silva Neto, 27, também foi preso na ocasião. Com eles, foram apreendidas duas armas e R$ 6,5 mil. Gomes segue em estado grave na UTI do Pompéia. Neto está na Penitenciária Industrial.

De acordo com Ana Corso (PT), presidente da comissão, as reclamações da população contra a corporação são recorrentes. Somente neste ano, as comunidades dos bairros 1º de Maio, Euzébio Beltrão de Queiróz e Castelo, além de outros dois jovens, procuraram os vereadores para se queixar da atuação da BM.


– Não é exceção, é excesso. Toda semana tem gente dizendo que foi agredida ou desrespeitada durante um atraque (abordagem policial) – destaca Ana.


A vereadora pretende interrogar Neto e encaminhar toda a apuração feita pela comissão ao comando-geral da BM. Segundo Renato Oliveira (PCdoB), os vereadores não querem mais tratar de denúncias contra a corporação com a chefia do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM).


– Não queremos mais papo. Ele (tenente-coronel Júlio César Marobin) vem nas reuniões (assembleias públicas), nos dá um tapinha nas costas e tudo fica na mesma – critica Oliveira.


Renato Nunes (PRB), também integrante da comissão, afirma que os vereadores também recebem denúncias de racismo e assédio sexual de PMs contra pessoas abordadas. Porém, o vereador não especificou as denúncias.

guilherme.pulita@pioneiro.com

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