sexta-feira, 29 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Chapa pura 28/06/2012 | 17h28
Justina Onzi será a vice de Marcos Daneluz na disputa pela prefeitura de Caxias do Sul
Coligação PT/PRB/PRTB/PTC/PV fez o anúncio no começo da tarde desta quinta-feira
A assistente social Justina Onzi (PT), 57 anos, foi anunciada na tarde desta quinta-feira candidata a vice-prefeita na chapa encabeçada pelo também petista Marcos Daneluz. Em entrevista coletiva na sede do diretório caxiense da sigla, Justina, eleita vice-prefeita no segundo mandato da gestão de Pepe Vargas (2001-2004), foi aclamada por lideranças e militantes do PT, PRB, PV, PTC e PRTB, que compõem a coligação. Ela também foi secretária municipal da Saúde.
Presidente do PRB em Caxias, o vereador Renato Nunes disse a candidata foi escolhida por consenso entre os demais partidos que apoiam o PT no pleito deste ano. Até então, Nunes era o nome mais cotado para a vaga.
- Essa indicação não partiu em nenhum momento do Partido dos Trabalhadores, mas foi uma indicação dos demais partidos que compõem a coligação. Eu acredito que eu poderia contribuir muito como vice do Marcos Daneluz, vereador em terceiro mandado, já foi subprefeito, já foi secretário. Mas eu preciso dizer que a gente tem que ter nessa hora a humildade, a capacidade de reconhecer que eu, no caso sou vereaor de primeiro mandato, preciso continuar meu trabalho junto ao Poder Legislativo. Se eu fosse vice do Pepe, o Pepe já foi prefeito em dois mandatos. A deputada Marisa também já foi prefeita. Mas o Marcos Daneluz até então não foi prefeito, vai ser agora. Precisa de alguém com mais experiência do que eu. Sou obrigado a dar o lado.
Em seu primeiro pronunciamento como candidata a vice-prefeita, Justina agradeceu a indicação e disse conhecer a responsabilidade de voltar à administração pública, caso seja eleita.
- O que me move a aceitar esse passo político, em nome de todos os partidos, é a experiência que eu já tive. A gente tendo, responsabilidade, força, clareza política de onde quer chegar, se faz muito e se faz bem se a gente quer. Eu quero e nós queremos. São poucos os que têm coragem de fazer porque dá trabalho, tira o nosso sossego.
O presidente do PRB, vereador Renato Nunes, anunciou oficialmente, no início da tarde, o nome de Justina Onzi (PT) como candidata a vice-prefeita na chapa do também petista Marcos Daneluz. A decisão foi definida na manhã desta quinta-feira (28), pelos partidos aliados PV, PTC e PRTB, além do PRB. As siglas fizeram questão de frisar que a escolha coube a eles, sem a interferência do PT.
Nunes admitiu que poderia ter sido o candidato a vice-prefeito, porém o PRB preferiu tentar a continuidade do partido na Câmara de Vereadores. Com a mudança do cenário, com a substituição de Marisa Formolo por Marcos Daneluz, os partidos foram em busca de compor a chapa com o nome de uma mulher e que tivesse experiência no poder executivo.
Também participaram na entrevista coletiva os presidentes dos partidos aliados Joelso Loch (PV), Koiti Tamura (PTC), e Abrelino Frizzo (PRTB), além do anfitrião Alfredo Tatto (PT). Justina Onzi foi vice-prefeita no segundo mandato de Pepe Vargas, entre 2001 e 2004.
Nunes admitiu que poderia ter sido o candidato a vice-prefeito, porém o PRB preferiu tentar a continuidade do partido na Câmara de Vereadores. Com a mudança do cenário, com a substituição de Marisa Formolo por Marcos Daneluz, os partidos foram em busca de compor a chapa com o nome de uma mulher e que tivesse experiência no poder executivo.
Também participaram na entrevista coletiva os presidentes dos partidos aliados Joelso Loch (PV), Koiti Tamura (PTC), e Abrelino Frizzo (PRTB), além do anfitrião Alfredo Tatto (PT). Justina Onzi foi vice-prefeita no segundo mandato de Pepe Vargas, entre 2001 e 2004.
Nos dois últimos anos da administração ela acumulou o cargo de secretária da Saúde.Os nomes de Justina e Daneluz serão oficializados no sábado (30), durante convenção do partido, na Câmara de Vereadores.
Departamento de Jornalismo
RÁDIO CAXIAS
Justina diz que prioridades serão crianças e jovens
A militância do Partido dos Trabalhadores e das siglas aliadas marcou presença na oficialização de Justina Onzi como candidata à vice de Marcos Daneluz. A anúncio aconteceu no início da tarde desta quinta-feira (28), durante entrevista coletiva realizada na sede do PT.
Filiada ao PT desde 1982, Justina Onzi foi vice-prefeita do então prefeito Pepe Vargas, entre 2001 e 2004. Atualmente está aposentada, mas trabalhou como professora por 17 anos e após por igual período como assistente social do IPAM.
Justina frisa que trabalhará com muita responsabilidade, inclusive por ter o nome indicado pelos partidos aliados. Ela ressaltou que pretende fazer uma campanha para buscar votos e conversar com os moradores da cidade. Segundo Justina, as maiores preocupações são as crianças, jovens e a saúde.
Justina frisa que trabalhará com muita responsabilidade, inclusive por ter o nome indicado pelos partidos aliados. Ela ressaltou que pretende fazer uma campanha para buscar votos e conversar com os moradores da cidade. Segundo Justina, as maiores preocupações são as crianças, jovens e a saúde.
Compõem a coligação o PV, PTC, PRTB e o PRB.Daneluz e Justina serão oficializados candidatos no sábado (30), durante convenção do PT, na Câmara de Vereadores.
Departamento de Jornalismo
FOLHA DE CAXIAS
28/06/2012
Episódio abala confiança
Amigos, parentes e vizinhos do jovem de 20 anos realizaram um protesto no final da tarde de segunda-feira
A Avenida Deputado Ulysses Guimarães é a principal via do pequeno Sanvitto II. Ali se concentram os estabelecimentos comerciais e boa parte das residências do loteamento. A confusão envolvendo os policiais do Policiamento Comunitário e um jovem no início da noite da última sexta-feira abalou todos os moradores.
O advogado da família do jovem, Diogo Jardel Boff, afirma que levará o caso ao Ministério Público semana que vem.
De acordo com o relato do estudante de Engenharia Cleyton Tartari do Amaral, 20 anos, ele teria sido agredido por dois policiais que o prenderam por desacato a autoridade. O rapaz alega que os PMs o levaram até uma rua sem saída e bateram nele.
Conforme o comandante do 12º BPM, major Jorge Emerson Ribas, os PMs afirmaram que foram agredidos pelo jovem e mais pessoas que tentavam impedir a prisão dele. Os policiais teriam revidado para conter as pessoas.
O loteamento Sanvitto II integra o núcleo do Floresta, Medianeira e Sanvitto do Policiamento Comunitário, estendido a outros 15 bairros. Pelo programa, uma parceria da Secretaria Estadual da Segurança Pública e da prefeitura, três PMs trabalham em cada núcleo. Cada região tem uma viatura.Os servidores também recebem um auxílio-moradia do município para residir no local onde realizam o patrulhamento.
O objetivo do projeto é impedir, principalmente, roubos e furtos. Porém, mais do que isso, a ideia é aproximar esses policiais da comunidade.
No final da tarde de segunda-feira, parentes, amigos e vizinhos do jovem se reuniram na avenida para protestar contra o suposto abuso. Eles afixaram cartazes em frente a loja de materiais de construção que pertence à família do jovem.
Na última quarta-feira, os cartazes continuavam lá. Moradores, que preferiram não se identificar, dizem que as reações de sexta-feira foram atípicas. Na Ulysses Guimarães, não há reclamações sobre o jovem ou a família dele nem mesmo com relação aos policiais envolvidos.
Para um morador, o que aconteceu é surpreendente e deixou todos magoados e receosos.
“Independente do que realmente aconteceu, a relação não vai mais ser a mesma. Desde que vieram para cá, os policiais sempre trataram todos muito bem, não entendo o que aconteceu. O problema é que, por mais coisas que o rapaz tenha dito ou feito, eles (os policiais) não poderiam ter perdido o controle. Estamos tristes pelos dois lados. Pelo jovem que está machucado e pelos policiais. Nós também não podemos ficar sem segurança”, desabafou o morador.
Conforme outros moradores, a viatura do comunitário, que antes sempre passava pela avenida, foi vista poucas vezes desde sexta.
Conforme outros moradores, a viatura do comunitário, que antes sempre passava pela avenida, foi vista poucas vezes desde sexta.
Investigações
Na sexta, os policiais registraram uma ocorrência de desacato, resistência e lesão corporal contra o jovem e familiares dele. Quatro horas depois, o rapaz registrou uma ocorrência de abuso de autoridade contra os PMs. A Polícia Civil vai investigar o caso. Por parte da Brigada Militar, será instaurado um inquérito policial-militar para apurar se houve ou não abuso.
O advogado da família do jovem, Diogo Jardel Boff, afirma que levará o caso ao Ministério Público semana que vem.
ÓBITOS DE BEBÊS E SUPERLOTAÇÃO EM ABRIGOS PREOCUPA
Vereadora Ana Corso quer informações sobre situação dos abrigos em Caxias
FOTO: DIEGO
Aprovado por unanimidade na sessão desta terça-feira (26), o requerimento da vereadora Ana Corso (PT), que solicita informações à prefeitura, traz diversos questionamentos sobre a real situação dos abrigos na cidade.
A parlamentar explica que denúncias de supostas ocorrências de óbitos envolvendo crianças abrigadas a motivaram a solicitar dados ao executivo. Ela lembra que ainda em 2008 foi realizada uma audiência em que funcionários dos albergues infanto-juvenis, reclamavam da falta de profissionais e de estrutura para atender às crianças.
Ana afirma que a questão não é um exagero, já que a falta de atendimento qualificado pode colocar em risco a vida das crianças, e especialmente dos bebês.
O requerimento solicita dados de quantos e quais abrigos são mantidos pela Fundação de Assistência Social (FAS), número e formação dos funcionários, e quantas crianças estão abrigadas em cada um.
Em relação às verbas, o pedido solicita informações se o município recebe recursos estaduais ou federais para as casas, além de detalhes sobre a manutenção no período entre 2007 e 2012. Ana solicita ainda, quantas das crianças frequentam a escola e quais foram liberadas para adoção. A prefeitura tem o prazo de 30 dias para responder ao legislativo.
RÁDIO CAXIAS
Departamento de Jornalismo
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Câmara promete apoio às obras do campus do IFRS
Renato Oliveira recebeu o pedido da diretoria da escola técnica
O presidente em exercício da Câmara Municipal de Caxias do Sul, Renato Oliveira, recebeu, na tarde desta quarta-feira (27/06), o pedido de apoio da diretoria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). A diretora-geral do IFRS, Tatiana Weber, ponderou que uma sequência de atrasos nas obras do novo campus impede o andamento de algumas disciplinas da escola técnica. Segundo ela, no próximo dia 12 de julho, terminará o contrato com a construtora responsável pelas obras.
Acompanhado pelos vereadores petistas Ana Corso e Rodrigo Beltrão, no gabinete da Presidência, Renato prometeu o apoio institucional da Casa. Afirmou que o Legislativo caxiense buscará providências para auxiliar o IFRS, no seu pleito.
De acordo com a diretora-geral, o governo federal já viabilizou os recursos necessários para as obras, orçadas em R$ 6,5 milhões. Relatou que a expectativa inicial era de que, em dez meses, a contar da ordem de início, em fevereiro de 2010, a empresa concluísse 6,5 mil metros quadrados de área construída. Mas, depois de vários adiamentos, nenhum dos cinco prédios previstos ficou concluído, reclamou. O espaço foi doado pela prefeitura municipal, que também custeou a terraplanagem do solo, e se localiza no bairro Fátima, junto à associação de moradores.
Tatiana também lastimou que, por enquanto, os cursos continuam concentrados em um prédio no bairro Floresta, alugado por R$ 204 mil ao ano. O problema é que, sem a nova estrutura pronta, fica quase impossível ministrar as disciplinas que dependem de laboratório, ressaltou. Conforme a professora, houve busca por parcerias com outras instituições que dispusessem de laboratório. Disse, porém, que, até agora, não existiram condições de suprir a demanda dos 534 alunos, 42 docentes e 18 técnicos administrativos.
A diretora-geral contou aos vereadores que o encerramento das obras precisa acontecer até o final do ano. Destacou que, além de viabilizar a realização de aulas em laboratório, as edificações poderão atender às metas do IFRS. Salientou que, até 2014, o planejamento da escola prevê ter 1,2 mil alunos, 60 docentes e 50 técnicos administrativos.
27/06/2012 16:29
Assessoria de Comunicação
Câmara de Vereadores de Caxias do Sul
Assessoria de Comunicação
Câmara de Vereadores de Caxias do Sul
Renúncia de Marisa repercutiu na Câmara e Frizzo entende que mudança será positiva para os eleitores
A renúncia da deputada estadual Marisa Formolo à candidatura a prefeita de Caxias repercutiu na sessão da Câmara de Vereadores na tarde desta terça-feira. Os parlamentares ocuparam toda a primeira hora para comentar o assunto. Quem noticiou oficialmente os colegas de Legislativo foi a vereadora petista Ana Corso, que ocupou a tribuna no grande expediente para falar sobre a desistência de Marisa, anunciar a substituição pelo vereador Marcos Daneluz e comentar a repercussão disso na campanha eleitoral.
Ana teve o comentário complementado pelos colegas de partido e também da oposição. Mauro Pereira (PMDB) lamentou que Marisa esteja enfrentando dificuldades e cumprimentou Daneluz.
O vereador Edio Elói Frizzo (PSB), que nesta terça-feira substituía a vereadora Geni Peteffi (PMDB), que ocupa o cargo de prefeita em exercício, fez uma avaliação do cenário geral das eleições municipais em Caxias. Na opinião dele, a candidatura de Daneluz se soma às demais novidades das eleições deste ano, o que, para Frizzo, é positivo para o eleitor.
Francisco Spiandorello também comentou e se solidarizou ao problema de Marisa. Renato Nunes (PRB) ocupou a Tribuna para reforçar que estava transferindo ao vereador Marcos Daneluz o apoio que já anunciado ainda quando o ministro Pepe Vargas era o pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, antes mesmo da deputada Marisa Formolo ser indicada.
Ana teve o comentário complementado pelos colegas de partido e também da oposição. Mauro Pereira (PMDB) lamentou que Marisa esteja enfrentando dificuldades e cumprimentou Daneluz.
O vereador Edio Elói Frizzo (PSB), que nesta terça-feira substituía a vereadora Geni Peteffi (PMDB), que ocupa o cargo de prefeita em exercício, fez uma avaliação do cenário geral das eleições municipais em Caxias. Na opinião dele, a candidatura de Daneluz se soma às demais novidades das eleições deste ano, o que, para Frizzo, é positivo para o eleitor.
Francisco Spiandorello também comentou e se solidarizou ao problema de Marisa. Renato Nunes (PRB) ocupou a Tribuna para reforçar que estava transferindo ao vereador Marcos Daneluz o apoio que já anunciado ainda quando o ministro Pepe Vargas era o pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, antes mesmo da deputada Marisa Formolo ser indicada.
por Graziela Andreatta , dia 26/06/2012 às 21:27
terça-feira, 26 de junho de 2012
MARISA ABRE MÃO DE SUA CANDIDATURA A PREFEITA DE CAXIAS
Leia a íntegra da carta abaixo:
"Caxias do Sul, 26 de junho de 2012
Caro presidente,
Quero agradecer o Partido dos Trabalhadores (PT) a oportunidade que tive de estar no pleito eleitoral como pré-candidata a prefeita em Caxias do Sul. A impossibilidade de concorrer nessa eleição, que é contrário ao meu desejo político, deve-se a razões humanas e familiares. Peço a compreensão e solidariedade de cada um e cada uma de vocês, militantes e amigos.
Essa decisão foi muito dolorosa, mas tenho apoio da família, dos amigos, dos militantes, dos dirigentes do partido, do Ministro Pepe Vargas e do Governador Tarso Genro. Para nós do campo popular, da esquerda socialista, que já governamos essa cidade, esse estado e esse país, temos certeza que ninguém é insubstituível. Somos construtores desse partido.
Somos o que somos pela nossa capacidade de construção coletiva. Estamos aqui pela história política coletiva e pessoal. Essa ação coletiva permite que as pessoas sejam substituídas e o projeto político continua. Queremos e podemos voltar a governar Caxias para sintonizar nossa cidade com o Rio Grande e com o Brasil, elegendo nosso quadro político que será Prefeito: Marcos Daneluz, que conhece sabe e tem, com nossos partidos aliados a garantia da vitória.
Juntos na campanha, na vitória, e no governo, estaremos tornando Caxias uma cidade justa para todos e os que mais precisam.
Um Forte Abraço.
Marisa Formolo Dalla Vecchia"
"Caxias do Sul, 26 de junho de 2012
Caro presidente,
Quero agradecer o Partido dos Trabalhadores (PT) a oportunidade que tive de estar no pleito eleitoral como pré-candidata a prefeita em Caxias do Sul. A impossibilidade de concorrer nessa eleição, que é contrário ao meu desejo político, deve-se a razões humanas e familiares. Peço a compreensão e solidariedade de cada um e cada uma de vocês, militantes e amigos.
Essa decisão foi muito dolorosa, mas tenho apoio da família, dos amigos, dos militantes, dos dirigentes do partido, do Ministro Pepe Vargas e do Governador Tarso Genro. Para nós do campo popular, da esquerda socialista, que já governamos essa cidade, esse estado e esse país, temos certeza que ninguém é insubstituível. Somos construtores desse partido.
Somos o que somos pela nossa capacidade de construção coletiva. Estamos aqui pela história política coletiva e pessoal. Essa ação coletiva permite que as pessoas sejam substituídas e o projeto político continua. Queremos e podemos voltar a governar Caxias para sintonizar nossa cidade com o Rio Grande e com o Brasil, elegendo nosso quadro político que será Prefeito: Marcos Daneluz, que conhece sabe e tem, com nossos partidos aliados a garantia da vitória.
Juntos na campanha, na vitória, e no governo, estaremos tornando Caxias uma cidade justa para todos e os que mais precisam.
Um Forte Abraço.
Marisa Formolo Dalla Vecchia"
Aprovado pedido de informações sobre abrigos do município
Ana Corso questiona uma série de fatores relacionados aos albergues
O Executivo municipal deverá responder ao Legislativo caxiense uma série de questionamentos relacionados aos abrigos mantidos pela prefeitura. De autoria da vereadora Ana Corso/PT, o pedido de informações foi aprovado por unanimidade, na sessão ordinária desta terça-feira (26).
No documento, Ana questiona quantos e quais são os abrigos mantidos pelo município e conveniados com a Fundação de Assistência Social (FAS), qual a capacidade e quantas crianças estão abrigadas em cada um deles. Além disso, pede que sejam informados os custos de manutenção de cada casa mantida pela FAS e se o município recebe recurso público estadual ou federal para tal manutenção.
Em relação à estrutura, Ana solicita quantas pessoas trabalham em cada abrigo, com a informação de cargo, função e formação profissional de cada funcionário. Requer, também, detalhes sobre as áreas interna e externa, que tipo de manutenção foi realizada entre 2007 e 2012 e quem é o responsável por esse serviço.
Entre outras questões, a petista inquere as idades das crianças, quantas delas frequentam escolas de educação infantil, que tipo de atividade extraclasse realizam e quantas dessas crianças foram liberadas para adoção ou retornaram para as famílias biológicas.
Comissão vai encaminhar denúncia de suposta agressão à jovem a ouvidoria de Segurança do Estado
A Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul espera receber a documentação da suposta agressão a um jovem de 21 anos no bairro San Vitto II, em Caxias do Sul, e com isso encaminhar a denúncia à Ouvidoria da Segurança Pública do Estado. Cleyton Tartari do Amaral acusa policiais militares de agressões físicas e ameaças, ocorridas na última sexta-feira (22).
A integrante da comissão, vereadora Ana Corso (PT), diz que o caso terá o acompanhamento da Câmara através dos procedimentos que serão tomados pelo comando da Brigada Militar, além de fazer a denúncia à Ouvidoria. Ana frisa que a comissão repudia a atitude dos policiais militares.
Na tarde desta segunda-feira (25), aproximadamente 50 pessoas participaram de uma manifestação de repúdio a suposta agressão ocorrida contra o jovem.
Clique aqui e entenda o caso.
RÁDIO CAXIAS
Departamento de Jornalismo
FOLHA DE CAXIAS
26/06/2012
Abuso de autoridade é repudiado
Jovem teria sido agredido na última sexta-feira. Familiares e policiais apresentam versões divergentes
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Cerca de 50 pessoas protestaram ontem, no Sanvitto, contra suposta agressão cometida por policiais contra o jovem Cleyton Tartari do Amaral
Foto: Gabriel Lain
No final da tarde da última segunda-feira, parentes, vizinhos e amigos de Cleyton Tartari do Amaral, 20 anos, se reuniram em frente à loja de material de construção da família, no bairro Sanvitto, para protestar contra uma agressão que ele teria sofrido na última sexta-feira. A manifestação pacífica, que clamava por justiça, reuniu cerca de 50 pessoas.
O rapaz relata que estava no pátio de casa andando de moto, quando dois soldados do policiamento comunitário pediram que ele desligasse o veículo, pois estaria perturbando os vizinhos.
“Neste momento, questionei eles para saber por que não iam cuidar de assuntos realmente importantes, uma vez que já havia guardado a moto. Foi aí que eles se alteraram e falaram que me levariam preso por desacato a autoridade”, conta o jovem.
“Neste momento, questionei eles para saber por que não iam cuidar de assuntos realmente importantes, uma vez que já havia guardado a moto. Foi aí que eles se alteraram e falaram que me levariam preso por desacato a autoridade”, conta o jovem.
O pai de Cleyton, Helio Mello do Amaral, 50, tentou impedir a entrada dos policiais em casa, mas não conseguiu. No intuito de proteger o filho, entrou em confronto com os PMs, que o teriam agredido com socos.
“Eles me arrastaram para dentro da viatura e impediram minha mãe de entrar no veículo. Eu estava algemado. Ao invés de me levarem diretamente à delegacia, fui levado a uma rua sem saída no bairro Cinquentenário”, relata Cleyton.
“Eles me arrastaram para dentro da viatura e impediram minha mãe de entrar no veículo. Eu estava algemado. Ao invés de me levarem diretamente à delegacia, fui levado a uma rua sem saída no bairro Cinquentenário”, relata Cleyton.
No bairro, ele recorda que foi jogado no chão e que levou muitos chutes e pontapés nos testículos. O rapaz ainda foi agredido com socos no rosto e ameaçado com uma arma.
“Eles davam tiros para o lado e diziam que me matariam. Acredito que a agressão durou cerca de meia hora”, diz.
“Eles davam tiros para o lado e diziam que me matariam. Acredito que a agressão durou cerca de meia hora”, diz.
Ao chegar à delegacia, o garoto encontrou pais e amigos que foram ao local para defender Cleyton e acabaram detidos também.
“Ficamos na delegacia até as 2h. Depois, fiz exame de corpo de delito e registrei ocorrência. Essa manifestação é contra o abuso da agressão. Reconheço que talvez tenha errado também, mas só quis me defender. A agressão foi desnecessária, não tem explicação”, garante.
“Ficamos na delegacia até as 2h. Depois, fiz exame de corpo de delito e registrei ocorrência. Essa manifestação é contra o abuso da agressão. Reconheço que talvez tenha errado também, mas só quis me defender. A agressão foi desnecessária, não tem explicação”, garante.
O pai do rapaz diz que a ação foi banal e sem explicação.
“Tenho 50 anos. Em toda a minha vida não conhecia delegacia e nem algemas. Esses policiais invadiram a minha casa, nos dando socos e pontapés e ameaçando os vizinhos com arma. Só agradeço a Deus por ter meu filho de volta, por não ter deixado ele morrer”, afirma.
“Tenho 50 anos. Em toda a minha vida não conhecia delegacia e nem algemas. Esses policiais invadiram a minha casa, nos dando socos e pontapés e ameaçando os vizinhos com arma. Só agradeço a Deus por ter meu filho de volta, por não ter deixado ele morrer”, afirma.
Para a vereadora Ana Corso (PT), integrante da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara Municipal, o ato caracteriza-se como tortura.
“A Comissão vai levar a denúncia ao Ministério Público para esclarecimento dos fatos. Isso não pode ficar impune. Os policiais não teriam por quê agredir o rapaz. Os familiares estão revoltados”, diz a parlamentar.
“A Comissão vai levar a denúncia ao Ministério Público para esclarecimento dos fatos. Isso não pode ficar impune. Os policiais não teriam por quê agredir o rapaz. Os familiares estão revoltados”, diz a parlamentar.
Cleyton é estudante de engenharia e não tem passagem pela polícia.
BRIGADA MILITAR DIVERGE
BRIGADA MILITAR DIVERGE
De acordo com o comandante do 12º BPM, major Jorge Emerson Ribas, na noite de sexta-feira os policiais foram chamados para apurar um caso de perturbação do sossego. O jovem estaria fazendo barulho com uma motocicleta. Os próprios policiais, que realizavam o patrulhamento comunitário, relataram terem ouvido o barulho.
Conforme o major, os PMs foram até a casa do rapaz para adverti-lo, mas ele teria dito palavras de baixo calão aos policiais. Ao tentar prendê-lo por desacato, o jovem resistiu e teria agredido os servidores. Nesse momento, mais quatro pessoas tentavam impedir a prisão, contra os dois policiais, que precisaram reagir para conter as pessoas.
“Será instaurada uma sindicância nos próximos dias para apurar o caso e se houve abuso. Todas as partes serão ouvidas. Mas quero deixar claro que nunca houve nenhum tipo de reclamação de uso da violência por parte desses policiais. O trabalho deles sempre foi elogiado”, destaca o major.
Os dois policiais envolvidos no caso continuam no policiamento comunitário do bairro.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
DENÚNCIA DE ABUSO DE AUTORIDADE
Denúncia25/06/2012 | 18h34
Família protesta contra suposto abuso de autoridade da Brigada Militar de Caxias do Sul
Vereadores da Comissão de Direitos Humanos aproveitaram carro de som para discursar
Familiares e amigos do estudante Cleyton do Amaral, 20 anos, fizeram um protesto, no final da tarde desta segunda-feira, em uma rua do bairro Sanvitto, em Caxias do Sul. O grupo acusa dois soldados do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) de terem espancado o rapaz durante o atendimento de uma ocorrência por perturbação do sossego.
Segundo o empresário Hélio Melo do Amaral, PMs foram até a loja de materiais de construção dele, sexta-feira à noite, para verificar o que estaria acontecendo ali. Moradores reclamavam do barulho provocado pela moto do estudante. Segundo Amaral, os PMs teriam invadido o pátio da empresa quando o rapaz se negou a fornecer dados pessoais.
— Eles entraram aqui já dizendo que iriam prender meu filho. Houve uma confusão e todos brigamos — afirma.
Depois de controlada a confusão, PMs teriam levado Cleyton para a delegacia. No caminho, no entanto, a viatura teria parado em uma rua sem saída no bairro Cinquentenário, onde ele disse ter sido espancado.
— Me agrediram o tempo inteiro. Diziam que iriam me matar e que não era para denúncia o caso para ninguém — afirma o rapaz.
Teria acontecido outro tumulto com familiares e amigos do rapaz na delegacia. Outras quatro pessoas também foram detidas por desacato na delegacia.
Nesta sexta, acompanhado de dois advogados, Cleyton e seus familiares organizaram um protesto na Rua Deputado Ulysses Guimarães. Um carro de som foi usado pelos vereadores da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Ana Corso e Renato Oliveira. Eles afirmaram que o episódio seria mais um caso de tortura envolvendo a Brigada Militar e cobraram providências da corporação.
De acordo com o major Jorge Emerson Ribas, comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), na sexta-feira à noite, PMs faziam o policiamento do bairro e escutaram, a seis quadras de distância da casa do rapaz, o ronco da moto. Enquanto procuravam pelo motoqueiro, eles foram informados por moradores sobre o lugar da desordem.
— Quando chegaram, os PMs tentaram argumentar que era para o rapaz parar com o barulho, mas foram ofendidos e precisaram usar a força para conseguir deter o autor do desacato. Eles também ficam lesionados — afirma Ribas.
O oficial disse acreditar na versão dos PMs.
POLICIAIS COMUNITÁRIOS SÃO ACUSADOS DE ABUSO DE AUTORIDADE
CLEITON AMARAL
Departamento de Jornalismo
Um jovem de 21 anos foi preso por desacato de autoridade na última sexta-feira (22), no bairro San Vitto II, em Caxias do Sul. Assim, ele registrou ocorrência de abuso de autoridade contra dois policiais militares.
Cleyton Tartari do Amaral havia chegado do trabalho por volta das 18h e estava tripulando uma motocicleta dentro do pátio da residência. Após 30 minutos, os policiais pediram que o veículo fosse desligado porque o barulho estava incomodando. O jovem diz que desligou o veículo, porém iniciou uma série de ameaças por parte dos policiais e houve uma discussão.
Segundo a versão da família, os dois brigadianos quebraram o portão, invadiram o terreno, desferiram um soco no rosto do pai do jovem, além de prenderem Cleyton. Toda a cena foi observada e revoltou os vizinhos.
Com o filho preso dentro da viatura, a mãe tentou acompanhá-lo, porém foi retirada de dentro do veículo da Brigada Militar. Indignados, os pais e vizinhos foram até o plantão da Polícia Civil para tentar esclarecer os fatos, entretanto, os policiais chegaram somente depois de 30 minutos com o rapaz.
O advogado da família, Diogo Jardel Boff, admite que houve um princípio de discussão, porém ele diz que a atuação dos policiais foi totalmente desproporcional e excessiva.
Boff frisa que o jovem foi agredido no rosto, sofreu esganaduras no pescoço, recebeu chutes na genitália e teve alguns dentes trincados. Ele destaca que está reunindo provas e irá apresentar no Ministério Público notícia-crime de tortura contra os policiais.
Cleyton diz que sofreu agressões físicas, além de receber ameaças dos brigadianos, em uma rua sem saída no bairro Cinquentenário. A vítima relatou os momentos em que esteve na companhia dos policiais.
Cleyton diz que sofreu agressões físicas, além de receber ameaças dos brigadianos, em uma rua sem saída no bairro Cinquentenário. A vítima relatou os momentos em que esteve na companhia dos policiais.
O comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), major Jorge Émerson Ribas, está reunindo os documentos e após, pretende analisar o caso.
Ribas diz que ouviu na tarde desta segunda (25), a versão dos policiais que atenderam a ocorrência. Ele destaca que a intenção dos brigadianos era de advertir e orientar sobre o barulho da motocicleta, porém o jovem começou a ofender os servidores.
O comandante ressalta que será instaurado um procedimento investigatório para apurar as duas versões.
Os pais do jovem e os vizinhos que foram até a Polícia Civil testemunhar sobre a atuação da Brigada Militar também acabaram presos por desacato. Cleyton é estudante universitário e trabalha em uma indústria. Ele não tem antecedentes criminais.
Na tarde desta segunda-feira (25), aproximadamente 50 pessoas participaram de uma manifestação de repúdio a suposta agressão ocorrido contra o jovem.
Departamento de Jornalismo
RÁDIO CAXIAS
domingo, 24 de junho de 2012
Definição petista23/06/2012 | 13h38Atualizada em 23/06/2012 | 15h29
Marisa Formolo confirma candidatura à prefeitura de Caxias do Sul
Problema de saúde na família da deputada estadual trouxe incerteza sobre a continuidade na campanha
Reunião que terminou às 13h chancelou Marisa Formolo candidata em CaxiasFoto: Roni Rigon
Após uma longa reunião com integrantes do PT na manhã deste sábado, Marisa Formolo confirmou que continua candidata à prefeitura de Caxias do Sul. Em razão de um problema na coluna do marido, Vilson Pascoal Dalla Vecchia, a petista tinha dúvidas se conseguiria conciliar a campanha com os cuidados no tratamento dele.
Ao término do encontro, às 13h, a direção petista abriu as portas do apartamento do militante Flávio Roth para anunciar que Marisa continuaria. O presidente, Alfredo Tatto, foi o primeiro a falar, destacando que houve uma avaliação interna após Marisa ter apresentado dúvida sobre a continuidade da candidatura. Em seguida, Marisa relatou a decisão:
— O PT não é só um partido, tem irmãos que lutam juntos para superar as dificuldades. As dificuldades que eu apresentei não são motivo para sair da campanha. Nós estamos mais unidos para a vitória.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, falou em admiração e reconhecimento a Marisa por ela ter se preocupado com o partido ao apresentar sua dúvida — de que os cuidados com a família poderiam prejudicar a campanha. Ele enfatizou, no entanto, que a sigla pode ajudar a manter a campanha nos momentos em que ela estiver afastada.
— Acho que os militantes e a sociedade vão compreender isso. Caxias precisa de uma mãezona boa assim — brincou Pepe.
O vereador Marcos Daneluz, que era cogitado para assumir a candidatura, também participou do encontro. Ele sentou ao lado de Tatto, Marisa e Pepe, mas não falou após a reunião.
Ao término do encontro, às 13h, a direção petista abriu as portas do apartamento do militante Flávio Roth para anunciar que Marisa continuaria. O presidente, Alfredo Tatto, foi o primeiro a falar, destacando que houve uma avaliação interna após Marisa ter apresentado dúvida sobre a continuidade da candidatura. Em seguida, Marisa relatou a decisão:
— O PT não é só um partido, tem irmãos que lutam juntos para superar as dificuldades. As dificuldades que eu apresentei não são motivo para sair da campanha. Nós estamos mais unidos para a vitória.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, falou em admiração e reconhecimento a Marisa por ela ter se preocupado com o partido ao apresentar sua dúvida — de que os cuidados com a família poderiam prejudicar a campanha. Ele enfatizou, no entanto, que a sigla pode ajudar a manter a campanha nos momentos em que ela estiver afastada.
— Acho que os militantes e a sociedade vão compreender isso. Caxias precisa de uma mãezona boa assim — brincou Pepe.
O vereador Marcos Daneluz, que era cogitado para assumir a candidatura, também participou do encontro. Ele sentou ao lado de Tatto, Marisa e Pepe, mas não falou após a reunião.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
1/06/2012 | N° 11406
PEPE VARGAS
CEM DIAS EM BILHÕES
Ex-prefeito aborda com desenvoltura os números superlativos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que lida com 4,3 milhões de agricultores familiares e 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. “A reforma agrária é o nosso menor trabalho aqui”, revela
Caxias do Sul – A facilidade com que Pepe Vargas fala de bilhões dá uma dimensão ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) que ainda passa desapercebida para grande parte da população, em especial a urbana. Sob a alçada da pasta que o ex-prefeito caxiense comanda hoje pelo 100º dia estão 4,3 milhões de agricultores familiares, quase 1 milhão de assentados da reforma agrária e 70% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro.
A desenvoltura com que discorre sobre ações, programas e linhas de crédito do MDA revela um Pepe totalmente adaptado e mergulhado na missão que Dilma Rousseff lhe incumbiu em março, virando a corrida eleitoral em Caxias de ponta cabeça.
Confira um trecho da entrevista concedida ao Pioneiro, em meio à extensa agenda da Rio+20 que impediu Pepe de passar o final de semana em Caxias e matar a saudade das “gurias” (as filhas Isadora e Gabriela e a mulher Ana Corso).
– A distância da família é o mais difícil de administrar – confessa.
Pioneiro: Quais as principais realizações destes 100 dias?
Pepe: Primeiro, as medidas emergenciais para mitigar os efeitos da seca no Sul e no Nordeste, a maior dos últimos 30 anos, e das enchentes no Norte. A segunda questão foi o recebimento das propostas e das reivindicações das entidades que representam os agricultores familiares, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar e a Via Campesina. Abril e maio são meses de mobilização, eles vêm em milhares de pessoas aqui, a gente senta, conversa, recebe a pauta e passa a trabalhar o atendimento dentro do governo. Tudo isso se materializa no Plano Safra 2012/2013, que anunciaremos no final deste mês ou começo de julho. A terceira questão foi a elaboração da proposta do governo para o Código Florestal, tema muito candente. Construímos junto com os ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura e com a presidenta o veto à proposta aprovada na Câmara e a Medida Provisória para ocupar as lacunas do veto. Quarto, a organização para a Rio+20.
Pioneiro: Como é a relação com os movimentos sociais, como o MST?
Pepe: É importante dizer o seguinte: esse aqui não é o ministério da reforma agrária. É o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que tem sob sua responsabilidade três grandes políticas no governo: a reforma agrária, o fomento e apoio à agricultura familiar e a regularização fundiária. A política nacional de reforma agrária é a que a imprensa mais fala, mas é nosso menor trabalho aqui. Por quê? Porque o maior volume de gente não está aí. Eu tenho 931 mil assentados e tenho 4,3 milhões de agricultores familiares para atender. Dos imóveis rurais no Brasil, 84% deles são de agricultores familiares.
Pioneiro: Qual o ritmo das desapropriações e assentamentos?
Pepe: No ano passado, 22 mil famílias foram assentadas. Este ano, vamos assentar em torno de 30 mil. Hoje, 11% do território brasileiro está ocupado por assentamentos agrários. Dias atrás emitimos R$ 200 milhões em títulos da dívida agrária para desapropriações. Depois de assentar, o Estado tem de fazer o desenvolvimento produtivo, as famílias têm de receber insumos. Temos assentamentos excelentes, que exportam, que produzem agroecologicamente. Mas temos assentamentos que não se desenvolveram porque foram colocados em terra com baixa aptidão agrícola e sem apoio. É um trabalho enorme. Vamos levar os projetos Minha Casa, Minha Vida, Água para Todos, Luz para Todos. Em uma ação conjunta do Incra, que é uma autarquia subordinada ao MDA, e do Ministério da Integração Regional, repassamos recursos ao governo do Rio Grande do Sul, que está perfurando poços para assentamentos antiquíssimos, em que aquele povo estava lá sem água.
Pioneiro: O que diferencia MDA e Ministério da Agricultura?
Pepe: O Ministério da Agricultura trabalha com a agricultura empresarial. Cuida do agronegócio. É responsável pela defesa agropecuária, pelo registro de bebidas e de alimentos, pela pesquisa agropecuária, a Embrapa está lá e cumpre papel importante, pelas políticas de estoques estratégicos. O agronegócio representa 16% dos estabelecimentos rurais brasileiros. Os 84% restantes estão na agricultura familiar, portanto, as políticas públicas de apoio a eles estão no nosso ministério. Na nossa região, 100% é agricultura familiar. É o censo agropecuário do IBGE quem diz: 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira são produzidos pela agricultura familiar. E nossas políticas repercutem no urbano também. O MDA é um ministério de desenvolvimento econômico. Ao melhorar a produtividade, colocamos alimentos mais baratos e ajudamos a controlar inflação.
Pioneiro: Como desenvolver a agricultura familiar?
Pepe: Fundamentalmente, com crédito rural, pelo Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf). No crédito de investimento, a principal linha é o Pronaf Mais Alimentos, lançado em 2008. Financiamos até R$ 130 mil, dependendo da renda do agricultor. Ele tem 10 anos para pagar, até três anos de carência. A taxa de juros é 2% ao ano. A diferença entre o que o banco capta no mercado pela taxa Selic, que hoje é de 8,5%, e o que o agricultor paga, essa diferença quem banca somos nós. Outra linha de crédito é para custeio: até R$ 50 mil, para sementes, insumos, adubos. O juro hoje é de 4,5%. Tem muito agricultor que não pega e compra seus insumos, pois tem medo de ficar com dívida no banco. Se ele aplicasse o dinheiro dele na poupança e pegasse o financiamento, ele iria ganhar, pois a poupança remunera mais do que 4,5%. Tá, mas e se der uma zebra, uma seca, um granizo? Se houver perda, o seguro paga o financiamento no banco e ainda 65% da renda que ele iria ter, limitado a um teto de R$ 3.500,00. Também temos linhas de assistência técnica e extensão rural. Este ano vamos atender 450 mil famílias, diretamente, com nossos recursos. Falei de crédito, de assistência técnica, agora vem a comercialização. Este ano, induzimos compras governamentais de R$ 2,3 bilhões da agricultura familiar, pelo Programa de Aquisição de Alimentos, em que compramos estoques estratégicos, e pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar, do Ministério da Educação.
Pioneiro: O que haverá de novo no Plano Safra?
Pepe: Vamos ter inovações importantes, que permitirão a um número maior de agricultores pegar o Pronaf. Vamos ampliar o enquadramento de renda, os tetos para financiamento de custeio e reduzir mais ainda a taxa de juros. Hoje é de 4,5%, e vai baixar. Outra questão importante: dar grande visibilidade para a assistência técnica na rota da sustentabilidade. É capacitar para a produção agroecológica e, àqueles que produzem de modo tradicional, estamos colocando em todos editais de chamada pública, a seleção da assistência técnica vai exigir o manejo sustentável, que envolve solo, água e insumos. O Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo. Além do custo brutal para os agricultores, tem impacto ambiental elevadíssimo.
Pioneiro: Por que ações do ministério têm impacto na cidade e na indústria?
Pepe: O Mais Alimentos repercute na economia de nossa região. Sabes quantos tratores foram financiados entre 2008 e 2011? 44 mil, além de 4 mil caminhões ou veículos de transporte de carga e 300 colheitadeiras de grande porte. (O programa) Financiou R$ 8,5 bilhões, atendeu a 150 mil famílias. São 4 mil itens fabricados pela indústria. Todas essas compras viabilizadas pelo nosso crédito repercutem enormemente na economia de Caxias e região, que produz tratores, caminhões, autopeças e componentes para tudo isso. Nosso ministério, ao viabilizar esse crédito, põe injeção na veia direto na indústria. Compramos 1.275 retroescavadeiras e estamos doando para municípios com agricultura familiar forte. A licitação foi vencida por duas empresas: a JCB, de Sorocaba, e a Randon. Na sexta-feira, lançamos a portaria que abre processo de manifestação do interesse de municípios que tenham até 50 mil habitantes para receber retroescavadeiras. Vamos comprar mais 3.591. Vamos investir R$ 1,290 bilhão. Só na nossa região, 60 municípios podem se beneficiar. São ao todo 4.866 retroescavadeiras e 1.230 patrolas. Um total de 6.196 máquinas só esse ano, que vão atender 4.866 municípios. Dado muito importante: exigimos nessas licitações conteúdo nacional. Nenhuma máquina será importada. Queremos gerar emprego e renda na indústria brasileira. Nosso ministério melhora a vida no campo, mas gera um bocado de renda na cidade e de emprego na indústria também.
Pioneiro: Como manter o jovem no campo?
Pepe: Temos uma linha de crédito específica, o Pronaf Jovem, e o Programa Nacional de Crédito Fundiário. De 2003 a 2011, 93 mil agricultores financiaram compra de terra. Esse público, majoritariamente, é de jovens de até 28 anos. É aquele filho do agricultor que chega à vida adulta, vai casar e a terra da família é pouca para mais uma família produzir. Ele toma crédito, compra uma propriedade e cria uma nova unidade de produção familiar.
Pioneiro: O que é a Rede Brasil Rural?
Pepe: Um portal na Internet em que estamos cadastrando fornecedores de alimentos da agricultura familiar. Já temos mais de 500 associações ou cooperativas, que representam 200 mil agricultores, e a cada dia esse número aumenta. Lá tem todos os produtos que essas associações ofertam e cerca de 4 mil itens de insumos que fornecedores cadastram. As associações brasileiras de Supermercados e de Hotéis estão divulgando a Rede para seus associados. Por exemplo, uma grande rede de supermercados vai comprar o arroz orgânico de uma cooperativa de assentados da reforma agrária, perto de Nova Santa Rita, e colocar numa gôndola especial. É uma estratégia de comercialização.
Pioneiro: Isso vai crescer quando a internet atingir todo o meio rural. Hoje, não há sinal, por exemplo, em Criúva e Vila Oliva.
Pepe: Por isso, primeiramente, estamos pegando grupos associativos. Num segundo momento, à medida em que a banda larga for entrando, cada agricultor vai poder se cadastrar também. Nossa meta é chegar ao armazém virtual da agricultura familiar. Nós queremos que qualquer cidadão possa entrar no nosso portal e comprar. Como se fosse comércio eletrônico.
Pioneiro: Como é a relação com Dilma? Ela é crítica, dura e criteriosa como aparenta?
Pepe: Sim, ela é exigente, ela quer saber a consistência da proposta que tu levas para ela. Não basta ter ideia boa. A ideia é boa? Quanto custa? Qual é o benefício? Quem será beneficiado? Como será a operacionalização? Como será o monitoramento?
Pioneiro: Dilma já surpreendeu com algum pedido ou cobrança?
Pepe: Nesses 100 dias, houve um período em que todos os dias eu estava lá, por uma razão ou outra... Grito da terra, ações emergenciais da seca, reuniões interministeriais. O Código Florestal, ela quis discutir artigo por artigo, inciso por inciso, letra por letra. Teve um fim de semana em que começamos sábado às duas da tarde e fomos até oito e meia da noite, e domingo, das duas da tarde às 10 e meia da noite, lá no Palácio da Alvorada. Por isso, a proposta ficou redonda.
Pioneiro: Como ficou o Código para a agricultura familiar?
Pepe: Ficou maravilhoso. A presidenta nunca teve dúvidas; nós temos que diferenciar o pequeno do grande, não podemos exigir o mesmo. Quem está resmungando é quem tem práticas agrícolas não-sustentáveis, a minoria dos produtores. Essa turma é que a bancada ruralista quer defender. Estão defendendo as piores práticas agronômicas do Brasil. As boas práticas estão contempladas. Nossa proposta, além de proteger a cobertura vegetal que está em pé, e não são apenas florestas, irá recuperar 30 milhões de hectares sem inviabilizar a produção agropecuária. Quem suprimiu cobertura vegetal em área que a lei não permitia vai ter de recuperar, ninguém vai ser anistiado, mas o pequeno vai ter de recuperar menos.
Pioneiro: Tem auxílio para isso?
Pepe: A recuperação, basicamente, é parar de lavrar onde não deve. Por exemplo, um pecuarista que cortou toda a mata ciliar, é só parar de plantar até a beira do rio, a vegetação vai vir ao natural. Se tiver de colocar uma cerca para o boi não pastar a arvorezinha que está nascendo, vai no Ministério e pega uma linha de crédito subsidiada.
Pioneiro: É mais difícil administrar Caxias ou o Ministério?
Pepe: São duas coisas de magnitudes diferentes. Aqui é o Brasil inteiro, um país com vários biomas: pampa, mata atlântica, cerrado, pantanal, Amazônia, caatinga... e realidades sociais distintas. Temos um número considerável de agricultores familiares muito pobres. Do Brasil Sem Miséria, que visa a tirar da extrema pobreza 16 milhão de brasileiros, metade está no meio Rural, especialmente no sertão do Nordeste.
Pioneiro: O que o senhor projeta para as eleições de 2014?
Pepe: Nada, por enquanto. Vai depender da presidenta. Tenho um compromisso com o governo. Só estou preocupado com o trabalho aqui. Se ela disser “vá, concorra”, eu concorro. Se disser “fica no governo”, eu fico no governo. Nunca fui um sujeito voo solo.
Pioneiro: Como ajudará na campanha de Marisa Formolo?
Pepe: Tenho ido aos finais de semana a Caxias, até porque minhas gurias estão aí. Agora, tem sábados que eu chego às quatro da tarde e saio às quatro de domingo. O volume de trabalho é muito grande, a carga horária é brutal. Vou te dar um exemplo: no feriadão de Corpus Christi, eu estava na Argentina para uma reunião da agricultura familiar do Mercosul. Nós exportamos o conceito. Somos referência. O programa Mais Alimentos está se internacionalizando. Estamos dando cooperação técnica para agentes de governos de países da África, América Latina e Caribe. Aprovamos na Câmara de Comércio Exterior uma linha de crédito de 675 milhões de dólares para linhas de crédito do Banco do Brasil a países que irão comprar tratores brasileiros. Provavelmente, os três primeiros serão Gana, Zimbábue e Cuba.
Pioneiro: A presença de cinco candidatos é melhor ou pior para a Marisa?
Pepe: É boa para Caxias. Nossa candidatura está no páreo, a Marisa tem toda a condição de ir para o segundo turno e, se formos, vamos procurar apoio dos partidos que têm perfil de centro-esquerda. Queremos estar com o PCdoB. Se o Assis for para o segundo turno, vamos apoiar o Assis. Nas duas eleições que disputou Marisa foi a deputada estadual mais votada de Caxias, foi vice-prefeita, foi prefeita em exercício e ajudou a construir um governo vitorioso e reconhecido pela população. E tem muita identidade política com o governador e a presidenta.
Pioneiro: O PCdoB e o PDT podem explorar essa proximidade.
Pepe: O PCdoB pode reivindicar uma identidade maior, porque sempre esteve conosco em eleições nacionais. O Alceu já não pode tanto. Na campanha, todo mundo viu o que ele dizia. Tem sido um deputado da base do governo Tarso, mas ao lado dele está todo mundo que é contra a Dilma e contra o Tarso. A população sabe identificar quem tem maior ou menor identidade. A identidade da Marisa com o Tarso e a Dilma é total, não é eventual. É partidária, não é conjuntural.
A desenvoltura com que discorre sobre ações, programas e linhas de crédito do MDA revela um Pepe totalmente adaptado e mergulhado na missão que Dilma Rousseff lhe incumbiu em março, virando a corrida eleitoral em Caxias de ponta cabeça.
Confira um trecho da entrevista concedida ao Pioneiro, em meio à extensa agenda da Rio+20 que impediu Pepe de passar o final de semana em Caxias e matar a saudade das “gurias” (as filhas Isadora e Gabriela e a mulher Ana Corso).
– A distância da família é o mais difícil de administrar – confessa.
Pioneiro: Quais as principais realizações destes 100 dias?
Pepe: Primeiro, as medidas emergenciais para mitigar os efeitos da seca no Sul e no Nordeste, a maior dos últimos 30 anos, e das enchentes no Norte. A segunda questão foi o recebimento das propostas e das reivindicações das entidades que representam os agricultores familiares, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar e a Via Campesina. Abril e maio são meses de mobilização, eles vêm em milhares de pessoas aqui, a gente senta, conversa, recebe a pauta e passa a trabalhar o atendimento dentro do governo. Tudo isso se materializa no Plano Safra 2012/2013, que anunciaremos no final deste mês ou começo de julho. A terceira questão foi a elaboração da proposta do governo para o Código Florestal, tema muito candente. Construímos junto com os ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura e com a presidenta o veto à proposta aprovada na Câmara e a Medida Provisória para ocupar as lacunas do veto. Quarto, a organização para a Rio+20.
Pioneiro: Como é a relação com os movimentos sociais, como o MST?
Pepe: É importante dizer o seguinte: esse aqui não é o ministério da reforma agrária. É o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que tem sob sua responsabilidade três grandes políticas no governo: a reforma agrária, o fomento e apoio à agricultura familiar e a regularização fundiária. A política nacional de reforma agrária é a que a imprensa mais fala, mas é nosso menor trabalho aqui. Por quê? Porque o maior volume de gente não está aí. Eu tenho 931 mil assentados e tenho 4,3 milhões de agricultores familiares para atender. Dos imóveis rurais no Brasil, 84% deles são de agricultores familiares.
Pioneiro: Qual o ritmo das desapropriações e assentamentos?
Pepe: No ano passado, 22 mil famílias foram assentadas. Este ano, vamos assentar em torno de 30 mil. Hoje, 11% do território brasileiro está ocupado por assentamentos agrários. Dias atrás emitimos R$ 200 milhões em títulos da dívida agrária para desapropriações. Depois de assentar, o Estado tem de fazer o desenvolvimento produtivo, as famílias têm de receber insumos. Temos assentamentos excelentes, que exportam, que produzem agroecologicamente. Mas temos assentamentos que não se desenvolveram porque foram colocados em terra com baixa aptidão agrícola e sem apoio. É um trabalho enorme. Vamos levar os projetos Minha Casa, Minha Vida, Água para Todos, Luz para Todos. Em uma ação conjunta do Incra, que é uma autarquia subordinada ao MDA, e do Ministério da Integração Regional, repassamos recursos ao governo do Rio Grande do Sul, que está perfurando poços para assentamentos antiquíssimos, em que aquele povo estava lá sem água.
Pioneiro: O que diferencia MDA e Ministério da Agricultura?
Pepe: O Ministério da Agricultura trabalha com a agricultura empresarial. Cuida do agronegócio. É responsável pela defesa agropecuária, pelo registro de bebidas e de alimentos, pela pesquisa agropecuária, a Embrapa está lá e cumpre papel importante, pelas políticas de estoques estratégicos. O agronegócio representa 16% dos estabelecimentos rurais brasileiros. Os 84% restantes estão na agricultura familiar, portanto, as políticas públicas de apoio a eles estão no nosso ministério. Na nossa região, 100% é agricultura familiar. É o censo agropecuário do IBGE quem diz: 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira são produzidos pela agricultura familiar. E nossas políticas repercutem no urbano também. O MDA é um ministério de desenvolvimento econômico. Ao melhorar a produtividade, colocamos alimentos mais baratos e ajudamos a controlar inflação.
Pioneiro: Como desenvolver a agricultura familiar?
Pepe: Fundamentalmente, com crédito rural, pelo Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf). No crédito de investimento, a principal linha é o Pronaf Mais Alimentos, lançado em 2008. Financiamos até R$ 130 mil, dependendo da renda do agricultor. Ele tem 10 anos para pagar, até três anos de carência. A taxa de juros é 2% ao ano. A diferença entre o que o banco capta no mercado pela taxa Selic, que hoje é de 8,5%, e o que o agricultor paga, essa diferença quem banca somos nós. Outra linha de crédito é para custeio: até R$ 50 mil, para sementes, insumos, adubos. O juro hoje é de 4,5%. Tem muito agricultor que não pega e compra seus insumos, pois tem medo de ficar com dívida no banco. Se ele aplicasse o dinheiro dele na poupança e pegasse o financiamento, ele iria ganhar, pois a poupança remunera mais do que 4,5%. Tá, mas e se der uma zebra, uma seca, um granizo? Se houver perda, o seguro paga o financiamento no banco e ainda 65% da renda que ele iria ter, limitado a um teto de R$ 3.500,00. Também temos linhas de assistência técnica e extensão rural. Este ano vamos atender 450 mil famílias, diretamente, com nossos recursos. Falei de crédito, de assistência técnica, agora vem a comercialização. Este ano, induzimos compras governamentais de R$ 2,3 bilhões da agricultura familiar, pelo Programa de Aquisição de Alimentos, em que compramos estoques estratégicos, e pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar, do Ministério da Educação.
Pioneiro: O que haverá de novo no Plano Safra?
Pepe: Vamos ter inovações importantes, que permitirão a um número maior de agricultores pegar o Pronaf. Vamos ampliar o enquadramento de renda, os tetos para financiamento de custeio e reduzir mais ainda a taxa de juros. Hoje é de 4,5%, e vai baixar. Outra questão importante: dar grande visibilidade para a assistência técnica na rota da sustentabilidade. É capacitar para a produção agroecológica e, àqueles que produzem de modo tradicional, estamos colocando em todos editais de chamada pública, a seleção da assistência técnica vai exigir o manejo sustentável, que envolve solo, água e insumos. O Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo. Além do custo brutal para os agricultores, tem impacto ambiental elevadíssimo.
Pioneiro: Por que ações do ministério têm impacto na cidade e na indústria?
Pepe: O Mais Alimentos repercute na economia de nossa região. Sabes quantos tratores foram financiados entre 2008 e 2011? 44 mil, além de 4 mil caminhões ou veículos de transporte de carga e 300 colheitadeiras de grande porte. (O programa) Financiou R$ 8,5 bilhões, atendeu a 150 mil famílias. São 4 mil itens fabricados pela indústria. Todas essas compras viabilizadas pelo nosso crédito repercutem enormemente na economia de Caxias e região, que produz tratores, caminhões, autopeças e componentes para tudo isso. Nosso ministério, ao viabilizar esse crédito, põe injeção na veia direto na indústria. Compramos 1.275 retroescavadeiras e estamos doando para municípios com agricultura familiar forte. A licitação foi vencida por duas empresas: a JCB, de Sorocaba, e a Randon. Na sexta-feira, lançamos a portaria que abre processo de manifestação do interesse de municípios que tenham até 50 mil habitantes para receber retroescavadeiras. Vamos comprar mais 3.591. Vamos investir R$ 1,290 bilhão. Só na nossa região, 60 municípios podem se beneficiar. São ao todo 4.866 retroescavadeiras e 1.230 patrolas. Um total de 6.196 máquinas só esse ano, que vão atender 4.866 municípios. Dado muito importante: exigimos nessas licitações conteúdo nacional. Nenhuma máquina será importada. Queremos gerar emprego e renda na indústria brasileira. Nosso ministério melhora a vida no campo, mas gera um bocado de renda na cidade e de emprego na indústria também.
Pioneiro: Como manter o jovem no campo?
Pepe: Temos uma linha de crédito específica, o Pronaf Jovem, e o Programa Nacional de Crédito Fundiário. De 2003 a 2011, 93 mil agricultores financiaram compra de terra. Esse público, majoritariamente, é de jovens de até 28 anos. É aquele filho do agricultor que chega à vida adulta, vai casar e a terra da família é pouca para mais uma família produzir. Ele toma crédito, compra uma propriedade e cria uma nova unidade de produção familiar.
Pioneiro: O que é a Rede Brasil Rural?
Pepe: Um portal na Internet em que estamos cadastrando fornecedores de alimentos da agricultura familiar. Já temos mais de 500 associações ou cooperativas, que representam 200 mil agricultores, e a cada dia esse número aumenta. Lá tem todos os produtos que essas associações ofertam e cerca de 4 mil itens de insumos que fornecedores cadastram. As associações brasileiras de Supermercados e de Hotéis estão divulgando a Rede para seus associados. Por exemplo, uma grande rede de supermercados vai comprar o arroz orgânico de uma cooperativa de assentados da reforma agrária, perto de Nova Santa Rita, e colocar numa gôndola especial. É uma estratégia de comercialização.
Pioneiro: Isso vai crescer quando a internet atingir todo o meio rural. Hoje, não há sinal, por exemplo, em Criúva e Vila Oliva.
Pepe: Por isso, primeiramente, estamos pegando grupos associativos. Num segundo momento, à medida em que a banda larga for entrando, cada agricultor vai poder se cadastrar também. Nossa meta é chegar ao armazém virtual da agricultura familiar. Nós queremos que qualquer cidadão possa entrar no nosso portal e comprar. Como se fosse comércio eletrônico.
Pioneiro: Como é a relação com Dilma? Ela é crítica, dura e criteriosa como aparenta?
Pepe: Sim, ela é exigente, ela quer saber a consistência da proposta que tu levas para ela. Não basta ter ideia boa. A ideia é boa? Quanto custa? Qual é o benefício? Quem será beneficiado? Como será a operacionalização? Como será o monitoramento?
Pioneiro: Dilma já surpreendeu com algum pedido ou cobrança?
Pepe: Nesses 100 dias, houve um período em que todos os dias eu estava lá, por uma razão ou outra... Grito da terra, ações emergenciais da seca, reuniões interministeriais. O Código Florestal, ela quis discutir artigo por artigo, inciso por inciso, letra por letra. Teve um fim de semana em que começamos sábado às duas da tarde e fomos até oito e meia da noite, e domingo, das duas da tarde às 10 e meia da noite, lá no Palácio da Alvorada. Por isso, a proposta ficou redonda.
Pioneiro: Como ficou o Código para a agricultura familiar?
Pepe: Ficou maravilhoso. A presidenta nunca teve dúvidas; nós temos que diferenciar o pequeno do grande, não podemos exigir o mesmo. Quem está resmungando é quem tem práticas agrícolas não-sustentáveis, a minoria dos produtores. Essa turma é que a bancada ruralista quer defender. Estão defendendo as piores práticas agronômicas do Brasil. As boas práticas estão contempladas. Nossa proposta, além de proteger a cobertura vegetal que está em pé, e não são apenas florestas, irá recuperar 30 milhões de hectares sem inviabilizar a produção agropecuária. Quem suprimiu cobertura vegetal em área que a lei não permitia vai ter de recuperar, ninguém vai ser anistiado, mas o pequeno vai ter de recuperar menos.
Pioneiro: Tem auxílio para isso?
Pepe: A recuperação, basicamente, é parar de lavrar onde não deve. Por exemplo, um pecuarista que cortou toda a mata ciliar, é só parar de plantar até a beira do rio, a vegetação vai vir ao natural. Se tiver de colocar uma cerca para o boi não pastar a arvorezinha que está nascendo, vai no Ministério e pega uma linha de crédito subsidiada.
Pioneiro: É mais difícil administrar Caxias ou o Ministério?
Pepe: São duas coisas de magnitudes diferentes. Aqui é o Brasil inteiro, um país com vários biomas: pampa, mata atlântica, cerrado, pantanal, Amazônia, caatinga... e realidades sociais distintas. Temos um número considerável de agricultores familiares muito pobres. Do Brasil Sem Miséria, que visa a tirar da extrema pobreza 16 milhão de brasileiros, metade está no meio Rural, especialmente no sertão do Nordeste.
Pioneiro: O que o senhor projeta para as eleições de 2014?
Pepe: Nada, por enquanto. Vai depender da presidenta. Tenho um compromisso com o governo. Só estou preocupado com o trabalho aqui. Se ela disser “vá, concorra”, eu concorro. Se disser “fica no governo”, eu fico no governo. Nunca fui um sujeito voo solo.
Pioneiro: Como ajudará na campanha de Marisa Formolo?
Pepe: Tenho ido aos finais de semana a Caxias, até porque minhas gurias estão aí. Agora, tem sábados que eu chego às quatro da tarde e saio às quatro de domingo. O volume de trabalho é muito grande, a carga horária é brutal. Vou te dar um exemplo: no feriadão de Corpus Christi, eu estava na Argentina para uma reunião da agricultura familiar do Mercosul. Nós exportamos o conceito. Somos referência. O programa Mais Alimentos está se internacionalizando. Estamos dando cooperação técnica para agentes de governos de países da África, América Latina e Caribe. Aprovamos na Câmara de Comércio Exterior uma linha de crédito de 675 milhões de dólares para linhas de crédito do Banco do Brasil a países que irão comprar tratores brasileiros. Provavelmente, os três primeiros serão Gana, Zimbábue e Cuba.
Pioneiro: A presença de cinco candidatos é melhor ou pior para a Marisa?
Pepe: É boa para Caxias. Nossa candidatura está no páreo, a Marisa tem toda a condição de ir para o segundo turno e, se formos, vamos procurar apoio dos partidos que têm perfil de centro-esquerda. Queremos estar com o PCdoB. Se o Assis for para o segundo turno, vamos apoiar o Assis. Nas duas eleições que disputou Marisa foi a deputada estadual mais votada de Caxias, foi vice-prefeita, foi prefeita em exercício e ajudou a construir um governo vitorioso e reconhecido pela população. E tem muita identidade política com o governador e a presidenta.
Pioneiro: O PCdoB e o PDT podem explorar essa proximidade.
Pepe: O PCdoB pode reivindicar uma identidade maior, porque sempre esteve conosco em eleições nacionais. O Alceu já não pode tanto. Na campanha, todo mundo viu o que ele dizia. Tem sido um deputado da base do governo Tarso, mas ao lado dele está todo mundo que é contra a Dilma e contra o Tarso. A população sabe identificar quem tem maior ou menor identidade. A identidade da Marisa com o Tarso e a Dilma é total, não é eventual. É partidária, não é conjuntural.
MÁRCIO SERAFINI
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