segunda-feira, 25 de junho de 2012

DENÚNCIA DE ABUSO DE AUTORIDADE

Denúncia25/06/2012 | 18h34

Família protesta contra suposto abuso de autoridade da Brigada Militar de Caxias do Sul

Vereadores da Comissão de Direitos Humanos aproveitaram carro de som para discursar

Familiares e amigos do estudante Cleyton do Amaral, 20 anos, fizeram um protesto, no final da tarde desta segunda-feira, em uma rua do bairro Sanvitto, em Caxias do Sul. O grupo acusa dois soldados do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) de terem espancado o rapaz durante o atendimento de uma ocorrência por perturbação do sossego.


Segundo o empresário Hélio Melo do Amaral, PMs foram até a loja de materiais de construção dele, sexta-feira à noite, para verificar o que estaria acontecendo ali. Moradores reclamavam do barulho provocado pela moto do estudante. Segundo Amaral, os PMs teriam invadido o pátio da empresa quando o rapaz se negou a fornecer dados pessoais.


— Eles entraram aqui já dizendo que iriam prender meu filho. Houve uma confusão e todos brigamos — afirma.
Depois de controlada a confusão, PMs teriam levado Cleyton para a delegacia. No caminho, no entanto, a viatura teria parado em uma rua sem saída no bairro Cinquentenário, onde ele disse ter sido espancado.
— Me agrediram o tempo inteiro. Diziam que iriam me matar e que não era para denúncia o caso para ninguém — afirma o rapaz.
Teria acontecido outro tumulto com familiares e amigos do rapaz na delegacia. Outras quatro pessoas também foram detidas por desacato na delegacia. 


Nesta sexta, acompanhado de dois advogados, Cleyton e seus familiares organizaram um protesto na Rua Deputado Ulysses Guimarães. Um carro de som foi usado pelos vereadores da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Ana Corso e Renato Oliveira. Eles afirmaram que o episódio seria mais um caso de tortura envolvendo a Brigada Militar e cobraram providências da corporação.


De acordo com o major Jorge Emerson Ribas, comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), na sexta-feira à noite, PMs faziam o policiamento do bairro e escutaram, a seis quadras de distância da casa do rapaz, o ronco da moto. Enquanto procuravam pelo motoqueiro, eles foram informados por moradores sobre o lugar da desordem.


— Quando chegaram, os PMs tentaram argumentar que era para o rapaz parar com o barulho, mas foram ofendidos e precisaram usar a força para conseguir deter o autor do desacato. Eles também ficam lesionados — afirma Ribas.


O oficial disse acreditar na versão dos PMs.



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