quinta-feira, 28 de junho de 2012

FOLHA DE CAXIAS

28/06/2012

Episódio abala confiança


Policiais envolvidos em suposto caso de agressão fazem parte do programa de Policiamento Comunitário

Amigos, parentes e vizinhos do jovem de 20 anos realizaram um protesto no final da tarde de segunda-feira

A Avenida Deputado Ulysses Guimarães é a principal via do pequeno Sanvitto II. Ali se concentram os estabelecimentos comerciais e boa parte das residências do loteamento. A confusão envolvendo os policiais do Policiamento Comunitário e um jovem no início da noite da última sexta-feira abalou todos os moradores.
De acordo com o relato do estudante de Engenharia Cleyton Tartari do Amaral, 20 anos, ele teria sido agredido por dois policiais que o prenderam por desacato a autoridade. O rapaz alega que os PMs o levaram até uma rua sem saída e bateram nele.

Conforme o comandante do 12º BPM, major Jorge Emerson Ribas, os PMs afirmaram que foram agredidos pelo jovem e mais pessoas que tentavam impedir a prisão dele. Os policiais teriam revidado para conter as pessoas.

O loteamento Sanvitto II integra o núcleo do Floresta, Medianeira e Sanvitto do Policiamento Comunitário, estendido a outros 15 bairros. Pelo programa, uma parceria da Secretaria Estadual da Segurança Pública e da prefeitura, três PMs trabalham em cada núcleo. Cada região tem uma viatura.Os servidores também recebem um auxílio-moradia do município para residir no local onde realizam o patrulhamento.

O objetivo do projeto é impedir, principalmente, roubos e furtos. Porém, mais do que isso, a ideia é aproximar esses policiais da comunidade.

No final da tarde de segunda-feira, parentes, amigos e vizinhos do jovem se reuniram na avenida para protestar contra o suposto abuso. Eles afixaram cartazes em frente a loja de materiais de construção que pertence à família do jovem.

Na última quarta-feira, os cartazes continuavam lá. Moradores, que preferiram não se identificar, dizem que as reações de sexta-feira foram atípicas. Na Ulysses Guimarães, não há reclamações sobre o jovem ou a família dele nem mesmo com relação aos policiais envolvidos.

Para um morador, o que aconteceu é surpreendente e deixou todos magoados e receosos.

“Independente do que realmente aconteceu, a relação não vai mais ser a mesma. Desde que vieram para cá, os policiais sempre trataram todos muito bem, não entendo o que aconteceu. O problema é que, por mais coisas que o rapaz tenha dito ou feito, eles (os policiais) não poderiam ter perdido o controle. Estamos tristes pelos dois lados. Pelo jovem que está machucado e pelos policiais. Nós também não podemos ficar sem segurança”, desabafou o morador.

Conforme outros moradores, a viatura do comunitário, que antes sempre passava pela avenida, foi vista poucas vezes desde sexta.

Investigações

Na sexta, os policiais registraram uma ocorrência de desacato, resistência e lesão corporal contra o jovem e familiares dele. Quatro horas depois, o rapaz registrou uma ocorrência de abuso de autoridade contra os PMs. A Polícia Civil vai investigar o caso. Por parte da Brigada Militar, será instaurado um inquérito policial-militar para apurar se houve ou não abuso.

O advogado da família do jovem, Diogo Jardel Boff, afirma que levará o caso ao Ministério Público semana que vem.

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