NÃO SOMOS UM PARTIDO APENAS PARA CONSTRUIR NOMES, MAS COM REAIS CHANCES DE GANHAR ELEIÇÕES
Uma dos mais
destacados vereadores já há quatro mandatos, Ana Corso tenta a reeleição em
2012, depois discussões intensas dentro do partido por conta da escolha do nome
do pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, mas a edil se diz tranquila, uma
vez que dentro do partido, sempre houve um bom diálogo e entendimento de que a
decisão cabe aos votos da maioria.
Mas antes, Ana falou à reportagem do Ponto Inicial, salientando que
não aceita o rótulo de ‘encrenqueiros’, fazendo alusão à oposição feita à atual
administração, principalmente quanto ao Marrecas e à saúde de Caxias do Sul.
Condução de Pepe ao Ministério do Desenvolvimento
Agrário
“Não muda absolutamente nada a vida da família o
fato do Pepe ter conquistado esse importante cargo no governo federal, ele já
está no segundo mandato de deputado, passava a maior parte do tempo em
Brasília, ou seja, o tempo em que dispensa para a família diminuí um pouco
mais.
No nosso entendimento é um reconhecimento de um trabalho, fazer parte
de um governo com a maior aceitação da história política brasileira, até mais
do que o próprio presidente Lula, é uma coisa que não acontece todo dia. O país
está num momento bom e de consolidação do seu projeto político, então temos
toda a tranquilidade para dizer que mais do que ser ministro, este convite vem
coroar uma trajetória política e é sim uma conquista dos caxienses, que devem
se sentir orgulhosos por termos alguém daqui no governo federal.
A presidente Dilma o convocou e não o escolheu, mesmo entendendo que o
Pepe era um dos favoritos para a eleição à prefeito aqui em Caxias do Sul, entende
que o PT de Caxias tinha que também dar sua contribuição ao projeto político nacional.
Mas a agenda apertada, não impede que ele tenha vindo todos os finais
de semana, mesmo que seja apenas por um ou dois dias. Entendemos tudo isso e
sou uma incentivadora das atividades políticas dele, assim como a recíproca é
verdadeira.
Nós nos entendemos nesta questão e somos tranquilos quanto a isso.
Nossa família é bem estruturada e se estamos juntos nessa jornada, é porque a
gente se ama e confia um no outro”.
Pepe pensa sempre no coletivo
“Não existe esta idéia de que o Pepe, ao aceitar o
convite da presidente Dilma, pensou primeiro no seu umbigo, isso não existe,
ele pensa sim sempre no partido, ouve a todos antes de tomar qualquer decisão.
Isto é uma falácia, pessoalmente seria mais fácil continuar como deputado
federal. Ele tem um caminho a trilhar, se sacrificou por um projeto político
nacional.
O Pepe tem uma estrela na testa, ele é um construtor partidário e
mostra que gosta daquilo que faz. Quando fizemos, não pensamos na gente, e sim
nas pessoas que mais precisam, lutamos para melhorar a condição de vida das
pessoas e o Pepe é assim, faz aquilo que gosta, mesmo que tenha que abdicar da
família, como invariavelmente tem acontecido.
Podería estar tranquilo na zona de conforto, como já mencionei, como
deputado que lhe dá maior poder de ação e coalizão do seu grupo de trabalho que
sempre esteve junto com ele. Ele fechou o escritório aqui em Caxias para estar
à frente do Ministério, ou seja, ele já pegou uma estrutura montada, com gente
que ele nem conhecia. O salário de deputado é o mesmo do que de ministro sem
todas as verbas disso ou daquilo. Isso sim é gostar daquilo que faz, é pensar
no coletivo”.
Pepe aceitou a missão
“Houve uma certa frustração num primeiro momento
com a saída de Pepe da disputa e sendo um nome favorito para ganhar as eleições
em Caxias, isso dito pelas pesquisas.
Mas essa primeira frustração já passou e quem de fato é petista e
simpatizante nosso deve entender. Acho que temos ainda mais condições de vencer
as eleições deste ano.
A Marisa tem o potencial ideal do PT ganhar a disputa aqui no
município, por ser mulher e ser um nome construído, pois esteve à testa do
governo Pepe Vargas durante oito anos. Nosso principal adversário que era o
Sartori, saí de cena e o Alceu Barbosa Velho não está no mesmo patamar.
Acredito que ele e a Marisa estejam no mesmo nível, são deputados estaduais,
foram vice-prefeitos mas ela acumula mais experiência administrativa e de
vitórias eleitorais, foi por exemplo, a mais votada deputada estadual da cidade
no último pleito.
O PMDB perde força sendo vice-prefeito. Existem as rejeições internas
contra o Alceu Barbosa Velho. Não existe mais um nome forte do PMDB que esteve
por oito anos à frente da prefeitura”.
Daneluz não gostou do rumo das coisas
“Tudo tem seu tempo. Avalio a questão de ter
referendado o nome da Marisa como positiva e decisiva para as nossas
pretensões. Daneluz recuou porque teve a grandeza de reconhecer que o nome mais
construído é o da Marisa, até por ser um nome novo, o partido não poderia
apostar em construir novos nomes neste momento, e sim colocar nosso nome mais preparado, com reais chances de
ganhar a eleição.
Acredito que ele vai entender que ganha espaço logo ali na frente,
temos em seguida uma eleição para a AL e o nome dele está tranquilamente
adequado à disputa. Mesmo porque a Marisa sempre apareceu nas pesquisas, sempre
em vantagem, inclusive contra os pré-candidatos dos outros partidos.
Com a Marisa assumindo a prefeitura, abre espaços inclusive para mim
pleitear uma vaga na Assembleia Legislativa do RS. Acredito que estamos
corretos nas nossas avaliações e procedimentos. Temos que ser discutir
internamente, mas entendo que temos bons nomes dentro do Partido dos
Trabalhadores que têm potencial para
pleitos futuros. O partido não vai acabar, o mundo não vai acabar, é preciso
ter calma e discernimento para entender o momento certo para buscar uma
afirmação. Existe toda uma questão coletiva dentro deste cenário.
Em 2002 fiz 60 mil votos para a Câmara dos Deputados, 41 mil somente
em Caxias do Sul. Não me lembro de outro nome, além do Pepe, que tenha feito
tanto e nem por isso me sinto no direito de pleitear isso ou aquilo. Temos que
seguir as decisões partidárias com tranquilidade e aproveitar o momento bom que
o país está vivendo”.
Todos querem visibilidade política
“Não somos mais um partido apenas para construir
nomes, temos nomes com reais chances de ganhar eleições, até pelo nosso
histórico de administrarmos hoje o país o estado e vários municípios
brasileiros .”
Independente do resultado das eleições municipais deste ano, vamos com
pelo menos três candidatos postulando cadeira de deputado, ou estadual ou
federal. Temos a oportunidade e a condição de eleger pelo menos dois no estado
e vamos lutar para isso.
Ana Corso como pré-candidata
“O partido já me lançou em outro momento, já tive
o privilégio de assumir por um ano e meio um mandato na Câmara dos deputados em
Brasília, por isso tudo, meu nome tenha sido colocado, principalmente pela
mídia, como possível pré-candidata do Partido dos Trabalhadores para a
prefeitura, assim como existem outros nomes dentro da nossa sigla, como o
Marcos Daneluz, o Rodrigo Beltrão, a Denise Pessôa, o Guivane Maria, o Alfredo
Tatto, o Vitor Hugo Gomes e tantos
outros.”
Temos essa condição com certeza, seja quem for o escolhido e apoiado
internamente, depois de avaliações e decisões internas. Mesmo que tenhamos em
algumas oportunidades ficando de fora de alguma disputa eleitoral, não me sinto
de maneira alguma preterida, desprestigiada, pois entendo perfeitamente as
diretrizes do partido”.
Marrecas na pauta de qualquer oposição
“Quem complicou a vida do Marrecas foi o próprio
governo. Não teve nada de nossa parte, não existe ninguém nosso por trás destas
ONGs que questionam na justiça o Marrecas ou qualquer outra iniciativa com
relação às supostas irregularidade
verificadas na obra.
Nós contribuímos sim para que a represa fosse construída, tanto que
isso é verdade que o grosso dos recursos é com dinheiro do governo federal, dos
programas dos governos Lula e agora da Dilma.
Eu sinceramente não sabia que ainda existe dois sítios arqueológicos
que precisam ter os seus destinos definidos. O governo é que deve resolver os
entraves, eles precisam estar adequados com todos os meios legais para que
tenha o aval e posterior liberação para o funcionamento.
Mas estamos querendo saber algumas coisas ainda, como por exemplo
sobre as desapropriações e avaliações das áreas mencionadas, exigimos que
elas passassem pela Câmara. Nosso questionamento foi por conta disso, ou
seja, como passou o valor, por exemplo, de R$ 7 mil para R$ 33 mil o hectare a
ser pago a cada proprietário de terra? Como uma obra projetada para gastar X,
tem uma supervalorização de quase 100%. Inicialmente eram R$ 130 milhões, agora
já ultrapassa os R$ 246 milhões, tudo isso dito pelo próprio diretor do Samae.
Nosso questionamento é por conta disso, o projeto de construção da
barragem foi mal feito? Pergunta-se: como erraram tanto para a obra dobrar de
valor? Sabemos que pela lei só pode ser acrescido 25% do valor dos contratos,
mas tem aditivos que superam os 50% do valor
dos contratos iniciais”.
O que a Ana viu da vida
“Me sinto uma militante vitoriosa nesses 32 anos
do partido, por ter ajudado nessa construção e ver a evolução daquilo que
lutamos tanto e que foi o nosso sonho desde a adolescência.
Mesmo com os muitos problemas que ainda existem, acredito que damos a
nossa contribuição todos os dias, pois estamos lado a lado com a população. Me
sinto parte integrante e com os sonhos realizados na luta pela justiça social e
uma melhor condição de vida às pessoas.
Temos que avançar no saneamento básico, na infraestrutura, mas somos
agentes de construção, pois ajudamos a construir este partido e este projeto
político. Ainda vamos governar esta cidade, eu acredito nisso e o momento ideal
seria agora, que já estamos à frente no RS e no país.
Seria maravilhoso governar o município em sintonia com o governo
nacional ao mesmo tempo. Ainda quero ter essa condição, o nosso projeto
político estar a testa no município, estado e na nação, este é o meu
sonho.
Você imagina ter a condição atual de realizar obras de saneamento,
habitação , transporte , infraestrutura tendo recursos do governo federal, bem
diferente de quando administramos a cidade, pois fizemos muito apenas com os
recursos do caixa da prefeitura e onde os recursos nacionais não existiam para
financiar grandes obras”.
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