sábado, 16 de junho de 2012

Entrevista Ana Corso Jornal Ponto Inicial


 NÃO SOMOS UM PARTIDO APENAS PARA CONSTRUIR NOMES, MAS COM REAIS CHANCES DE GANHAR ELEIÇÕES 

Uma dos mais destacados vereadores já há quatro mandatos, Ana Corso tenta a reeleição em 2012, depois discussões intensas dentro do partido por conta da escolha do nome do pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, mas a edil se diz tranquila, uma vez que dentro do partido, sempre houve um bom diálogo e entendimento de que a decisão cabe aos votos da maioria.

Mas antes, Ana falou à reportagem do Ponto Inicial, salientando que não aceita o rótulo de ‘encrenqueiros’, fazendo alusão à oposição feita à atual administração, principalmente quanto ao Marrecas e à saúde de Caxias do Sul.

Condução de Pepe ao Ministério do Desenvolvimento Agrário

Não muda absolutamente nada a vida da família o fato do Pepe ter conquistado esse importante cargo no governo federal, ele já está no segundo mandato de deputado, passava a maior parte do tempo em Brasília, ou seja, o tempo em que dispensa para a família diminuí um pouco mais.

No nosso entendimento é um reconhecimento de um trabalho, fazer parte de um governo com a maior aceitação da história política brasileira, até mais do que o próprio presidente Lula, é uma coisa que não acontece todo dia. O país está num momento bom e de consolidação do seu projeto político, então temos toda a tranquilidade para dizer que mais do que ser ministro, este convite vem coroar uma trajetória política e é sim uma conquista dos caxienses, que devem se sentir orgulhosos por termos alguém daqui no governo federal.

A presidente Dilma o convocou e não o escolheu, mesmo entendendo que o Pepe era um dos favoritos para a eleição à prefeito aqui em Caxias do Sul, entende que o PT de Caxias tinha que também dar sua contribuição  ao projeto político nacional.

Mas a agenda apertada, não impede que ele tenha vindo todos os finais de semana, mesmo que seja apenas por um ou dois dias. Entendemos tudo isso e sou uma incentivadora das atividades políticas dele, assim como a recíproca é verdadeira.

Nós nos entendemos nesta questão e somos tranquilos quanto a isso. Nossa família é bem estruturada e se estamos juntos nessa jornada, é porque a gente se ama e confia um no outro”.

Pepe pensa sempre no coletivo

Não existe esta idéia de que o Pepe, ao aceitar o convite da presidente Dilma, pensou primeiro no seu umbigo, isso não existe, ele pensa sim sempre no partido, ouve a todos antes de tomar qualquer decisão. Isto é uma falácia, pessoalmente seria mais fácil continuar como deputado federal. Ele tem um caminho a trilhar, se sacrificou por um projeto político nacional.

O Pepe tem uma estrela na testa, ele é um construtor partidário e mostra que gosta daquilo que faz. Quando fizemos, não pensamos na gente, e sim nas pessoas que mais precisam, lutamos para melhorar a condição de vida das pessoas e o Pepe é assim, faz aquilo que gosta, mesmo que tenha que abdicar da família, como invariavelmente tem acontecido.

Podería estar tranquilo na zona de conforto, como já mencionei, como deputado que lhe dá maior poder de ação e coalizão do seu grupo de trabalho que sempre esteve junto com ele. Ele fechou o escritório aqui em Caxias para estar à frente do Ministério, ou seja, ele já pegou uma estrutura montada, com gente que ele nem conhecia. O salário de deputado é o mesmo do que de ministro sem todas as verbas disso ou daquilo. Isso sim é gostar daquilo que faz, é pensar no coletivo”.

Pepe aceitou a missão

Houve uma certa frustração num primeiro momento com a saída de Pepe da disputa e sendo um nome favorito para ganhar as eleições em Caxias, isso dito pelas pesquisas.

Mas essa primeira frustração já passou e quem de fato é petista e simpatizante nosso deve entender. Acho que temos ainda mais condições de vencer as eleições deste ano.

A Marisa tem o potencial ideal do PT ganhar a disputa aqui no município, por ser mulher e ser um nome construído, pois esteve à testa do governo Pepe Vargas durante oito anos. Nosso principal adversário que era o Sartori, saí de cena e o Alceu Barbosa Velho não está no mesmo patamar. Acredito que ele e a Marisa estejam no mesmo nível, são deputados estaduais, foram vice-prefeitos mas ela acumula mais experiência administrativa e de vitórias eleitorais, foi por exemplo, a mais votada deputada estadual da cidade no último pleito.

O PMDB perde força sendo vice-prefeito. Existem as rejeições internas contra o Alceu Barbosa Velho. Não existe mais um nome forte do PMDB que esteve por oito anos à frente da prefeitura”.

Daneluz não gostou do rumo das coisas

Tudo tem seu tempo. Avalio a questão de ter referendado o nome da Marisa como positiva e decisiva para as nossas pretensões. Daneluz recuou porque teve a grandeza de reconhecer que o nome mais construído é o da Marisa, até por ser um nome novo, o partido não poderia apostar em construir novos nomes neste momento, e sim colocar nosso  nome mais preparado, com reais chances de ganhar a eleição.

Acredito que ele vai entender que ganha espaço logo ali na frente, temos em seguida uma eleição para a AL e o nome dele está tranquilamente adequado à disputa. Mesmo porque a Marisa sempre apareceu nas pesquisas, sempre em vantagem, inclusive contra os pré-candidatos dos outros partidos.

Com a Marisa assumindo a prefeitura, abre espaços inclusive para mim pleitear uma vaga na Assembleia Legislativa do RS. Acredito que estamos corretos nas nossas avaliações e procedimentos. Temos que ser discutir internamente, mas entendo que temos bons nomes dentro do Partido dos Trabalhadores que  têm potencial para pleitos futuros. O partido não vai acabar, o mundo não vai acabar, é preciso ter calma e discernimento para entender o momento certo para buscar uma afirmação. Existe toda uma questão coletiva dentro deste cenário.

Em 2002 fiz 60 mil votos para a Câmara dos Deputados, 41 mil somente em Caxias do Sul. Não me lembro de outro nome, além do Pepe, que tenha feito tanto e nem por isso me sinto no direito de pleitear isso ou aquilo. Temos que seguir as decisões partidárias com tranquilidade e aproveitar o momento bom que o país está vivendo”.

Todos querem visibilidade política

Não somos mais um partido apenas para construir nomes, temos nomes com reais chances de ganhar eleições, até pelo nosso histórico de administrarmos hoje o país o estado e vários municípios brasileiros .”

Independente do resultado das eleições municipais deste ano, vamos com pelo menos três candidatos postulando cadeira de deputado, ou estadual ou federal. Temos a oportunidade e a condição de eleger pelo menos dois no estado e vamos lutar para isso.

Ana Corso como pré-candidata

O partido já me lançou em outro momento, já tive o privilégio de assumir por um ano e meio um mandato na Câmara dos deputados em Brasília, por isso tudo, meu nome tenha sido colocado, principalmente pela mídia, como possível pré-candidata do Partido dos Trabalhadores para a prefeitura, assim como existem outros nomes dentro da nossa sigla, como o Marcos Daneluz,  o Rodrigo Beltrão,  a Denise Pessôa, o Guivane Maria, o Alfredo Tatto,  o Vitor Hugo Gomes e tantos outros.”

Temos essa condição com certeza, seja quem for o escolhido e apoiado internamente, depois de avaliações e decisões internas. Mesmo que tenhamos em algumas oportunidades ficando de fora de alguma disputa eleitoral, não me sinto de maneira alguma preterida, desprestigiada, pois entendo perfeitamente as diretrizes do partido”.

Marrecas na pauta de qualquer oposição

Quem complicou a vida do Marrecas foi o próprio governo. Não teve nada de nossa parte, não existe ninguém nosso por trás destas ONGs que questionam na justiça o Marrecas ou qualquer outra iniciativa com relação às  supostas irregularidade verificadas na obra.

Nós contribuímos sim para que a represa fosse construída, tanto que isso é verdade que o grosso dos recursos é com dinheiro do governo federal, dos programas dos governos Lula e agora da Dilma.

Eu sinceramente não sabia que ainda existe dois sítios arqueológicos que precisam ter os seus destinos definidos. O governo é que deve resolver os entraves, eles precisam estar adequados com todos os meios legais para que tenha o aval e posterior liberação para o funcionamento.

Mas estamos querendo saber algumas coisas ainda, como por exemplo sobre as desapropriações e avaliações das áreas mencionadas, exigimos  que  elas passassem pela Câmara. Nosso questionamento foi por conta disso, ou seja, como passou o valor, por exemplo, de R$ 7 mil para R$ 33 mil o hectare a ser pago a cada proprietário de terra? Como uma obra projetada para gastar X, tem uma supervalorização de quase 100%. Inicialmente eram R$ 130 milhões, agora já ultrapassa os R$ 246 milhões, tudo isso dito pelo próprio diretor do Samae.

Nosso questionamento é por conta disso, o projeto de construção da barragem foi mal feito? Pergunta-se: como erraram tanto para a obra dobrar de valor? Sabemos que pela lei só pode ser acrescido 25% do valor dos contratos, mas tem aditivos que superam os 50% do valor  dos contratos iniciais”.

O que a Ana viu da vida

Me sinto uma militante vitoriosa nesses 32 anos do partido, por ter ajudado nessa construção e ver a evolução daquilo que lutamos tanto e que foi o nosso sonho desde a adolescência.

Mesmo com os muitos problemas que ainda existem, acredito que damos a nossa contribuição todos os dias, pois estamos lado a lado com a população. Me sinto parte integrante e com os sonhos realizados na luta pela justiça social e uma melhor condição de vida às pessoas.

Temos que avançar no saneamento básico, na infraestrutura, mas somos agentes de construção, pois ajudamos a construir este partido e este projeto político. Ainda vamos governar esta cidade, eu acredito nisso e o momento ideal seria agora, que já estamos à frente no RS e no país.

Seria maravilhoso governar o município em sintonia com o governo nacional ao mesmo tempo. Ainda quero ter essa condição, o nosso projeto político estar  a testa no  município, estado e na nação, este é o meu sonho.

Você imagina ter a condição atual de realizar obras de saneamento, habitação , transporte , infraestrutura tendo recursos do governo federal, bem diferente de quando administramos a cidade, pois fizemos muito apenas com os recursos do caixa da prefeitura e onde os recursos nacionais não existiam para financiar grandes obras”.




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