terça-feira, 12 de junho de 2012

JORNAL FOLHA DE CAXIAS

12/06/2012

Polícia comunitária pode ser a alternativa

Audiência promovida por vereadores debateu assassinatos de menores e alternativas para a segurança no Beltrão de Queiróz  
 
Autoridades da segurança, prefeitura, estado e Câmara participaram de encontro com lideranças do bairro
Foto: Gabriel Lain

O coordenador estadual de Policiamento Comunitário, coronel Júlio César Marobin, acenou com a possibilidade de o bairro Euzébio Beltrão de Queiróz ser incluído no programa até o final do ano. A informação surgiu nesta segunda, na Câmara de Vereadores, durante audiência pública promovida pela Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, presidida por Ana Corso (PT), em razão dos diversos casos de morte de jovens em Caxias do Sul nos últimos meses.
“Hoje temos 10 núcleos do policiamento comunitário em Caxias do Sul. Queremos que o projeto se torne maior e vire uma referência na cidade. O ideal é termos pelo menos 30 núcleos, e o Beltrão de Queiróz é um forte candidato a receber uma unidade”, declarou Marobin.
A primeira fase do projeto demandou R$ 700 mil de recursos estaduais. O município banca a moradia dos policiais militares envolvidos e o Estado oferece o armamento necessário.
Marobin justificou o fato de o Beltrão de Queiróz ainda não ter policiamento comunitário porque a etapa anterior considerou o número de furtos e roubos.

“As ocorrências desta natureza no bairro Beltrão de Queiróz são pequenas. A proposta primeira não é combater homicídio e tráfico de drogas, mas isso vem como consequência”, argumentou.
Nos próximos meses, o Estado deve anunciar a contratação de dois mil policiais militares e 500 civis, alguns dos quais devem ser designados a Caxias do Sul.
O comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar, major Jorge Émerson Ribas, garante que as operações diárias de abordagem e patrulhamento na região do Beltrão de Queiróz devem continuar. Ele salienta ainda a importância de trabalhar em conjunto com saúde, educação e o conselho tutelar.
“O homicídio é o final do processo. Ele ocorre em função da falha em outras áreas. O resultado final é o crime. O foco principal não está no policiamento, mas o bairro tem carência de necessidades básicas. Por este entendimento, saio satisfeito da audiência”, emendou.
Conforme o secretário municipal de Segurança Pública e Proteção Social, Roberto Louzada, a pasta investiu R$ 1,8 milhão no município. Louzada aponta uma defasagem no efetivo policial, que seria o mesmo desde a década de 1990.

“Temos de ter pessoas para conseguir dar conta do trabalho. Para obtermos resultados positivos, temos de trabalhar em conjunto com órgãos de segurança, secretarias de segurança, saúde, educação e assistência social”, avaliou.
A vereadora Ana Corso, entende que o Beltrão de Queiróz exige uma ação imediata e relata experiências positivas realizada nos bairros Cânyon, Vila Lobos e Vergueiros:

“Vamos esperar a polícia comunitária se instalar, para depois retornarmos para fiscalizar o que melhorou, o que ainda deve ser feito. As perspectivas são positivas. Espero que esse encontro não tenha sido em vão, que as coisas realmente aconteçam”.

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