Parlamentar demonstrou opiniões racistas e homofóbicas em programa de TV
A Câmara lamentou as declarações do deputado federal Jair Bolsonaro/PP-RJ, veiculadas em um programa da TV Bandeirantes, em 28 de março último. Na sessão ordinária de hoje (05), os vereadores aprovaram moção, proposta por Denise Pessôa/PT, de repúdio à atitude do deputado.
Segundo a proponente, o desrespeito com que o deputado se referiu aos negros e homossexuais é inadmissível, sobretudo oriundo de um parlamentar. Denise classificou as palavras de Bolsonaro como antidemocráticas e desumanas. A vereadora criticou, ainda, a interpretação do golpe militar de 1964 pelo deputado que, segundo ela, mostra desconhecimento histórico e desprezo à democracia, inconciliável com o exercício de parlamento.
A vereadora Ana Corso/PT considerou extremamente ofensivo o tratamento dispensado, pelo parlamentar, à questão racial. Defendeu o PL 122/2006, em tramitação no Congresso, que criminaliza a homofobia. Em concordância, Moisés Paese/PDT referiu que racismo é crime, reconhecido em lei, e, dessa maneira, cabe ao Ministério Público atuar na questão.
Com a aprovação, o documento será enviado ao corregedor da Câmara dos Deputados, às presidências da Comissão de Direitos Humanos e de Minorias da Câmara Federal, além da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, aos deputados federais e senadores do Rio Grande do Sul e à, também, à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Entenda o caso
Na última segunda-feira (28), durante quadro do Programa CQC, da TV Bandeirantes, o deputado Federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) respondia a perguntas feitas pelo público, quando expressou suas opiniões sobre questões como ditadura, racismo e homossexualidade. Na entrevista, Bolsonaro afirmou que, por seu passado, Dilma Rousseff jamais poderia ter sido eleita presidenta, e que sente falta de governos como o dos ditadores Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Batista Figueiredo.
O deputado também chegou a dizer que nunca "correu o risco" de ter um filho gay porque sempre foi um "pai presente" e que deu uma "boa educação". No episódio, Bolsonaro também fez comentários preconceitos dirigidos à cantora Preta Gil, que é negra. Ela acionou a Justiça contra o deputado.
Na edição desta segunda-feira (4) do programa CQC, foi dado o direito de resposta ao deputado, que acabou reafirmando o posicionamento quanto aos negros e homossexuais.
Assessoria de Comunicação
Câmara de Vereadores de Caxias do Sul
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