terça-feira, 12 de abril de 2011

REGIÃO DO SANTA FÉ APONTA INSEGURANÇA, OBRAS E FALTA DE CRECHES EM REUNIÃO COMA CÂMARA




por Camila Boff


Moradores de bairros da Zona Norte de Caxias reuniram-se na noite desta segunda-feira (11) para relatar as principais necessidades aos vereadores na primeira edição deste ano do projeto Câmara Vai aos Bairros. Foram representados os bairros Altos da Maestra, Belo Horizonte, Brandalise, Canyon, Colina do Sol, Jardim das Torres, Loteamento Caxias, Parque Alvorada, Pedancino, Portal da Maestra, Santa Fé, Loteamento Santo Antônio, São Bernardo, Veneza, Vila Ipê e Vila Maestra.

Todos os 17 vereadores estiveram na reunião. Por parte dos moradores, cerca de 80 pessoas compareceram ao centro comunitário do bairro Santa Fé.


Presidente da Casa, o vereador Marcos Daneluz (PT) ressaltou que o objetivo da reunião é intermediar a solução de problemas.


“Não estamos aqui para criar expectativas falsas. Não podemos dizer que a solução dos problemas está nas nossas mãos. Propostas bem discutidas e bem construídas poderão tornar a vida de vocês melhor. Não estamos contra o Executivo. Somos parceiros na busca pela qualidade de vida”, destacou.


As manifestações começaram pelos presidentes de associações de moradores, limitadas a três minutos de duração, com mais um de tolerância. Jairo Gomes, presidente do Belo Horizonte, reclamou de um esgoto a céu aberto há 20 dias na principal avenida do bairro. Conforme Gomes, a Secretaria de Obras protela o conserto alegando que um caminhão está estragado. Em relação à Codeca, reclama da falta de capina, o que não ocorre, conforme a autarquia, por falta de pessoal. Gomes recuperou a história do colégio de ensino médio da região para fazer uma provocação:


“Vamos precisar de 11 anos para a Zona Norte ter um ginásio poliesportivo?”, referindo-se à obra que recebeu verba federal de R$ 550 mil, mas atualmente está parada.


Elisângela Ribas, presidente do Altas da Maestra, reclamou das más condições gerais do loteamento, inaugurado há cinco anos. Conforme Elisângela, o bairro têm condomínios financiados pela Caixa e os moradores enfrentam problemas nas redes de luz, pela falta de um centro comunitário e de uma creche. Segundo ela, as ruas ainda não ganharam nomes e não há serviço de Correio no local.


Problemas de esgoto e a falta de um quebra-molas foram apontados por moradores do Parque Alvorada.


No Portal da Maestra, os principais problemas citados foram o tráfico de drogas e a falta de segurança, principalmente próximo ao complexo esportivo do bairro. O presidente relatou preocupação com o acúmulo de lixo em áreas próximas à bacia de captação da represa Maestra. Um creche que atenderia quatro bairros da região também constou nas reivindicações.


Moradores do Jardim das Flores fizeram solicitações para capina e recolhimento de lixo, além de reclamações pela largura de ruas, muito estreitas.


Valmor Flores, presidente do Santa Fé, relatou a dificuldade de acesso ao bairro pela Rota do Sol, em frente ao Posto São Luiz, solicitando a instalação de uma sinaleira. Para isso, Flores sugeriu a criação de uma comissão com vereadores e moradores para tratar do assunto. O presidente também solicitou uma creche que atendesse a região do Santa Fé. Flores lembrou também que apenas um policial militar atende o posto da BM no bairro e que não há uma viatura à disposição.


Maria Cardoso Machado, do bairro Veneza, fez coro às solicitações pela sinaleira na Rota do Sol, por uma creche e por obras de calçamento.


Da associação de moradores do Vila Ipê vieram manifestações contrárias aos problemas de calçamento e segurança. Odacir Jesus ressaltou a necessidade de uma sinaleira no acesso ao Santa Fé, a exemplo da que foi instalada na entrada do bairro Desvio Rizzo. O morador lembrou também as obras não concluídas no trevo para Flores da Cunha, sugerindo uma manifestação no local a partir de 15 de maio. Os vereadores Elói Frizzo (PSB) e Ari Dallegrave (PMDB) demonstraram apoio à manifestação.


“Não podemos admitir que se percam aliados nesta luta no meio do caminho”, provocou Dallegrave, fazendo uma alusão às trocas de governo.


Clori Bittencourt, moradora do Loteamento São Luiz, reclamou da ausência de convite ao loteamento para participar oficialmente do evento. Sobre os problemas enfrentados por moradores, citou a falta de capina e esgotos que correm a céu aberto.


Paulo Roberto de Souza, representante do Movimento Vivo pela Saúde Pública, pediu espaço para solicitar apoio da população contra a greve dos médicos do SUS, solicitando à Câmara uma comissão que acompanhasse o assunto.


Tacimer da Silva, presidente da Associação Espírita Árvore da Vida, que funciona como creche para 80 crianças do bairro Santa Fé, em parceria com a prefeitura, solicitou um guarda municipal para os horários de entrada e saída dos professores, visando a evitar assaltos que costumam acontecer.


Sebastião Pedroso, morador do Portal da Maestra, reclamou do abandono de cães no bairro e da falta de um destino adequado para entulhos de chapeações e borracharias, que acumulam-se próximo à represa. O morador também reclamou das condições da parada de ônibus da Rua Bento Gonçalves.

“Pessoas são assaltadas todos os dias e todos sabem que o esgoto do colégio Presidente Vargas corre por ali”, acusou.


Parabenizado diversas vezes pela iniciativa do projeto Câmara Vai aos Bairros, Harty Moisés Paese (PDT) dividiu a autoria com o restante da mesa diretora de 2010, formada pelos vereadores Alaor de Oliveira (PMDB), Denise Pessôa (PT), Renato Nunes (PRB) e Renato de Oliveira (PC do B).

Denise Pessôa sugeriu a realização de uma reunião sobre segurança pública, com moradores, Brigada Militar e Guarda Municipal, mediada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Ana Corso (PT) questionou o fato de o convênio entre Município e o Governo Federal, por meio do PAC 2, ter resultado em verba para a construção de apenas três creches municipais.


Vinicius Ribeiro (PDT), que foi secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, afirmou que é possível corrigir o acesso ao bairro Santa Fé, porém, essa é uma luta que não pode ser somente de vereadores e moradores.


O fim do evento foi momento para ressaltar novamente que os problemas não serão solucionados pela Câmara, mas as reivindicações serão encaminhadas ao Executivo. Daneluz elogiou o bom nível dos debates na primeira edição da reunião, sem disputas políticas ou ideológicas.


“Caxias vive um momento de amadurecimento político e eu me sinto honrado em presidir o Legislativo agora”, afirmou.

As reivindicações foram registradas pelos taquigrafistas da Câmara e formarão um documento a ser entregue para a prefeitura. O encaminhamento das soluções serão aferidas pelo Legislativo.


“Tenho certeza que o prefeito entende e aprecia este tipo de ação”, acredita Daneluz

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