sexta-feira, 26 de março de 2010

ELEIÇÃO DA UCS PROVOCA BATE BOCA NA CÂMARA

Vereadores Denise Pessôa (PT) e Mauro Pereira (PMDB) trocaram ofensas

Roberto Carlos Dias
roberto.dias@pioneiro.com

A eleição para reitor da Universidade de Caxias do Sul (UCS) provocou bate-boca no final da sessão desta quinta-feira na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, colocando as bancadas do PT e do PMDB em rota de colisão.

A discussão saiu do campo ideológico e foi direcionada para as ofensas pessoais. O maior confronto ocorreu entre os vereadores Mauro Pereira (PMDB) e Denise Pessôa (PT).


O debate esquentou quando Ari Dallegrave (PMDB) disse que a consulta popular na UCS que apontou a professora Nilva Lúcia Rech Stédile como favorita, com 50,17% da preferência de acadêmicos, professores e funcionários, seria levada em consideração, mas alertou que a universidade tinha outros critérios para a escolha do reitor.


Por trás da manifestação de Dallegrave, estava a relação partidária com o atual reitor Isidoro Zorzi, filiado ao PMDB e derrotado na consulta, obtendo 36,3% dos votos dos 10.748 participantes. Nestor Basso, que também disputava a indicação para o cargo, ficou com 11,77%.


A escolha do reitor estará nas mãos do Conselho Diretor da instituição, que se reúne segunda-feira. Caberá aos nove conselheiros, entre eles o próprio Zorzi, referendar a consulta ou reeleger o atual reitor.



A líder da bancada do PT, Ana Corso, declarou que a escolha da academia deveria ser respeitada porque era o resultado de um processo democrático. A petista recordou que desde os anos 80, quando estudava na UCS, universitários e funcionários pleiteavam a instituição de eleição direta para reitor. Mauro discordou e saiu em defesa Zorzi, afirmando que ele tinha mais experiência e isso deveria ser levado em consideração na hora do voto. Foi neste momento que Denise entrou no debate para defender o processo democrático, sustentando que Zorzi deveria era abrir mão disputa.

— Vereadora Denise, vossa excelência é muito novinha e jovenzinha, para o meu gosto, para falar do professor Isidoro Zorzi — disparou Mauro.


Denise revidou:


— Posso ser jovem, ter 20 e poucos anos, ser vereadora de primeiro mandato, mas soube fazer a prestação de contas da minha campanha. Não preciso ficar dando explicações até hoje sobre os gastos, vereador Mauro. Tenho posição, sou militante do movimento estudantil e estou defendendo a validade do processo democrático.


A referência da petista era em relação às contas do peemedebista que ainda não foram aprovadas. O parlamentar ingressou com recurso em Brasília.

Após o término da sessão, Mauro e Denise seguiram trocando farpas fora dos microfones. O peemedebista insistia na tese da pouca da idade, repetindo a manifestação feita no microfone por mais três vezes.

Denise se virou para o peemedebista e deu um basta na discussão:

— Prefiro ser jovem e continuar aprendendo. Já o senhor parece ser o dono da verdade absoluta e não tem mais o que aprender

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