por Marlise Maria Fernandes
O crescimento significativo do ramo da construção civil desnudou a inexistência de projetos consistentes de qualificação profissional massiva. Vivemos hoje em um mundo que reclama por projetos de educação profissional e continuada para todas as áreas de atuação. É importante nos darmos conta de que a qualificação precisa estar na pauta do dia a dia dos canteiros de obras. As várias faces da mesma realidade apontam não somente para o incremento dos postos de trabalho, mas, também, para esta necessidade constante de formação, atualização e requalificação de pessoas, inclusive em função de novas e fundamentais tecnologias cada vez mais indispensáveis.
Nesse momento, com a sutileza e a ousadia que lhes é peculiar, as mulheres vão, com força e determinação, galgando postos de trabalho na construção civil e destacando-se por suas habilidades com os detalhes, com os acabamentos. Enfim, pode-se dizer que várias das necessidades do setor, antes desatendidas ou minimizadas, encontram respostas adequadas em corajosas mulheres que, pioneiramente, já "enfeitam" as obras com profissionalismo. Ter mulher no canteiro de obra, um diferencial estratégico e competitivo para as empresas.
E ser mulher na construção civil tornou-se um orgulho para o gênero feminino.
Tantas são as histórias, as conquistas: a carteira assinada, do salário fixo, da obra concluída, da empreitada entregue, da refeição preparada para os filhos pelo marido, da compra com o "suor do próprio rosto". Cada um, um a um, o primeiro de muitos degraus na construção de uma nova mulher.
Pioneiras! Da mesma forma que lutamos pelo voto, pelo direito a trabalhar fora, de amamentarmos nossos filhos e, lá atrás, pelo direito a não ser devolvida por casar não virgem Agora são estas mulheres que lutam pelo direito de serem profissionais da construção civil. E com qualificação! Desta forma transformam autonomia financeira em liberdade, rompem as amarras da submissão, espatifam os grilhões da violência ou da exclusão não somente delas, mas de filhos, irmãs, pais...
Recursos viabilizados pelo governo federal, por ONGs comprometidas com a transformação da sociedade e, também, por empresas que já ultrapassaram o discurso da responsabilidade social para concretizá-la na prática de seus investimentos - embora não sejam vultosos - têm a natureza de toda a fundamentalidade absoluta: são essenciais.
Que desabem as barreiras, obra é lugar de mulher em construção
articuladora do projeto Mulheres Construindo Autonomia na Construção Civil/RS
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