quinta-feira, 29 de abril de 2010

Bancada do PT caxiense classifica de ingerência moção de apoio a pa

Texto proposto pelo PSB e PMDB defende a permanência do religioso no Conselho Diretor da Fucs


Em meio a protestos e lamentações da bancada petista, a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul aprovou nesta quinta-feira, por sete votos a seis, moção de apoio ao padre Roque Grazziotin (PT). A proposição foi encabeçada pelo líder do PSB, Edio Elói Frizzo, e teve a adesão dos parlamentares do PMDB.
Você concorda com a interferência da Câmara de Vereadores em assuntos internos dos partidos políticos?
A moção foi submetida à votação na sessão desta quinta-feira em regime de urgência. O objetivo é defender a permanência de Roque como representante do Ministério da Educação e Cultura (MEC) junto ao Conselho Diretor da Fundação Universidade de Caxias do Sul (Fucs).

O autor do texto justificou que o petista estava sofrendo retaliações internas no PT por ter votado em Isidoro Zorzi para reitor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), contrariando determinação partidária que indicava o voto na professora Nilva Stédile, vencedora da consulta feita na academia com alunos, professores e funcionários. A deputada Marisa Fromolo (PT), outra representante do MEC no Conselho Diretor, votou em Nilva.

O PSB e o PMDB demonstraram contrariedade a decisão do comando do PT municipal que teria solicitado o afastamento voluntário de Roque do Conselho Diretor, em possível represália ao voto do conselheiro em Zorzi. A bancada do PT no Legislativo classificou a moção como ingerência nas decisões partidárias e tentou derrubar o regime de urgência por considerar matéria sem relevância para essa classificação. Não conseguiu e teve de amargar a derrota.
Votaram contra a moção petistas Ana Corso, Marcos Daneluz, Rodrigo Beltrão e Denise Pessôa, o vereador Daniel Guerra (PSDB), e Renato Oliveira (PCdoB). O comunista Assis Melo votou com os proponentes. Os parlamentares Gustavo Toigo, Vinicius Ribeiro, ambos do PDT, e Ranato Nunes (PRB), não estavam em plenário. Vinicius e Nunes estavam em representação.

VEJA ALGUMAS POSIÇÕES DOS VEREADORES
Líder da bancada petista, Ana Corso, lamentou a apresentação da moção e classificou a atitude dos colegas proponentes como "desrespeito ao seu partido".

— Acho lamentável que um assunto interno do nosso partido venha a ser motivo de moção. Querem constranger o PT. Essa moção é oportunistas, de interesses escusos. O padre Roque é bem grandinho não precisa de amigo da onça — criticou Ana.


A líder do governo, Geni Peteffi (PMDB), afirmou que a intenção da moção não é ter ingerência no PT, mas de prestar solidariedade para uma pessoa que está sofrendo pressões.

— Quando a gente vota alguma coisa que não é favorável aos pensamentos da vereadora Ana, estamos indo contra o partido dela — devolveu Geni.


O petista Marcos Daneluz afirmou que o padre Roque não estava contente com a moção.
— Quem de nós, na vida pública, nunca teve problemas com o seu partido? Acredito que o padre Roque tem condições de fazer um debate interno com o partido sem problema algum. Esse debate é oportunista e tenta usar um episódio interno do PT como instrumento político — ponderou Daneluz.

Para Frizzo, o PT está tentando desconstituir Roque.

— Tenho certeza que a comunidade está aplaudindo o reitor Isidoro Zorzi, e o PT entrou em uma canoa furada — retrucou Frizzo.


Denise Pessôa (PT) também disse que uma discussão interna do partido não deve pautar as sessões da Câmara.

— Não entrei na política para fazer um debate tão baixo — reforçou Denise.

Roberto Carlos Dias
roberto.dias@pioneiro.com

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