sexta-feira, 23 de abril de 2010

CODECA PEDE MAIS UMA MESADA DE 3,8 MILHÕES PARA A PREFEITURA

COLETA MECANIZADA
Codeca pede R$ 3,8 mi

Ampliação do sistema de contêineres e mais caminhões integram 3ª etapa Caxias do Sul – A Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) vai solicitar R$ 3,8 milhões à prefeitura para colocar em operação a terceira fase da coleta de lixo mecanizada, que envolve a compra de contêineres e a ampliação do serviço. O projeto de lei com o pedido de auxílio financeiro está sendo elaborado pelo Executivo e nem chegou na Câmara de Vereadores, mas já colocou a base aliada de plantão para negociar a sua aprovação. O governo sabe que precisará de muita habilidade para evitar mais um desgaste no Legislativo, porque o pacote prevendo a terceira fase do sistema foi apresentado no dia 9 de outubro do ano passado, sem qualquer anúncio de que haveria a necessidade de buscar ajuda da prefeitura. O investimento global está projetado em R$ 10,8 milhões. Desse montante, R$ 6 milhões viriam de financiamento bancário, R$ 1 milhão das reservas financeiras da Codeca e os outros R$ 3,8 milhões do Executivo.

A negociação com parte dos vereadores da base aliada começou na terça-feira desta semana. O diretor-presidente da Codeca, Adiló Didomenico, foi até a Câmara para reunir-se com caciques, como a líder do governo, Geni Peteffi (PMDB), o líder da bancada do PSB, Edio Elói Frizzo, e o presidente da Casa, Harty Moisés Paese (PDT). Do encontro, participaram ainda Assis Melo (PC do B), Ari Dallegrave e Mauro Pereira, ambos do PMDB. Outros legisladores da base foram convidados, garante a peemedebista, mas nem todos participaram.

A bancada de oposição, liderada pelo PT, não gostou de ter sido excluída. A líder dos petistas, Ana Corso, ficou sabendo da reunião somente no final do dia, quando já estava ocorrendo a sessão ordinária.


– Vamos querer saber o que houve nas contas da Codeca para fazer esse pedido de suplementação. Quando foi anunciada a terceira etapa da coleta mecanizada, não houve qualquer manifestação nesse sentido. É muito estranho fazer uma reunião com alguns vereadores para tratar disso e excluir o PT da discussão – cobrou Ana.


Segundo Geni, os parlamentares da situação também só ficaram sabendo da necessidade de aporte financeiro para a Codeca na terça-feira à tarde, quando Adiló esteve na Câmara para explicar a situação da autarquia.


– O Adiló esteve com alguns vereadores, mas vai reunir todos, inclusive o PT, para esclarecer todas as dúvidas. O projeto ainda está sendo elaborado e deve chegar na Câmara nos próximos dias – antecipa a líder do governo.


Apesar do desconforto e da polêmica que se desenha, Adiló acredita na aprovação do projeto:


– O investimento permitirá a redução de custos, domínio de tecnologia por parte da Codeca, aquisição de patrimônio e racionalização de despesas. Tínhamos acertado com o governo que se não tivéssemos pernas para conseguir o financiamento de todo o valor, iríamos precisar de socorro. O investimento é na Codeca, mas o patrimônio será do município. Além disso, o desembolso dos R$ 3,8 milhões não será à vista. O fabricante aceitou o parcelamento até dezembro de 2012 – argumenta o dirigente


roberto.dias@pioneiro.com
ROBERTO CARLOS DIAS

Queda de receita


O pedido de dinheiro se deve à redução de receitas enfrentada pela Codeca em 2009. A empresa, com caráter de economia mista, havia projetado lucro de R$ 2,5 milhões, mas fechou o ano com R$ 775 mil.


– Operamos no vermelho no setor de obras por causa das chuvas no segundo semestre, situação essa que, associada ao enxugamento da máquina pública, fez com que não conseguíssemos atingir os R$ 2,5 milhões. Isso impactou na licitação que abrimos para buscar financiamento bancário –esclarece Adiló Didomenico.

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