Depois de ser algemado e levado para a delegacia, aposentado mostra as marcas no pulso esquerdo provocadas pelo uso de algemas anterior lista
O aposentado conta que foi o primeiro a chegar no Centro Especializado de Saúde (CES), no bairro São Pelegrino, por volta das 5h45min. A intenção era marcar horário com um médico para mostrar exames. Ele tem câncer de próstata e precisava da consulta para encaminhar uma cirurgia. O guarda municipal teria chegado depois de 20 minutos.
– Ele perguntou o que estávamos fazendo lá aquela hora. E questionou se desconhecíamos a greve dos médicos – relatou.
Conforme o aposentado, o guarda começou a ficar nervoso e a gritar. O comerciante também se alterou e os dois trocaram ofensas verbais.
– Depois de um tempo, o guarda saiu e voltou acompanhado de outros colegas em duas viaturas. O guarda veio me revistar e agiu com violência, me empurrando. Depois disso, fui levado até a delegacia, onde permaneci algemado.
O aposentado foi ouvido e liberado, mas conta que o guarda municipal ficou com seu celular, chave e carteira durante todo o tempo, impedindo que ele se comunicasse com sua família. As algemas deixaram marcas no pulso do idoso.
No plantão da Polícia Civil, foi registrada a ocorrência por desacato à autoridade. No depoimento à polícia, o guarda diz que, ao chegar no CES, informou o senhor sobre a greve dos médicos e que entrou no prédio para desligar o alarme. Quando voltou, o senhor teria começado a discutir com ele. O servidor relatou que o aposentado teria lhe dado um soco e puxado sua jaqueta. Por isso, ele teria detido o senhor por desacato. O guarda não tinha lesões aparentes, mas foi encaminhado para exame no Departamento Médico Legal (DML). A ocorrência será encaminhada para a Central de Termos Circunstanciados.
Conforme o aposentado, ao voltar para o CES, ficou sabendo que seu médico não aderiu à greve. A consulta foi marcada para a tarde.
– Foi muita truculência, má educação e abuso de autoridade por parte do guarda. Vou procurar um advogado – entende.
O diretor da Guarda Municipal, Sebastião Freitas da Silva, diz que conversou com o guarda e acompanhou o relato do aposentado pela imprensa.
– Temos duas versões diferentes. Vou pedir que seja instaurado pela corregedoria amanhã (hoje) um procedimento administrativo –declarou Silva.
Vereadores
Pela tarde, o aposentado procurou a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Justiça da Câmara de Vereadores para relatar o caso.
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