quarta-feira, 14 de abril de 2010

COLUNA MIRANTE-CIRO FABRES

                                                         CAMINHO TORTO


Adecisão sobre autorização de R$ 100 mil para a produção de documentário sobre a cidade para um produtor porto-alegrense foi sacramentada com a manifestação do vereador Assis Melo (PC do B), favorável à liberação da verba. Ali ficou 10 votos a 6. Até a metade do caminho, a tese exposta por Assis é adequada. Fazer um documentário é fazer e correr atrás de verba, ou o contrário. Foi o que fez o produtor porto-alegrense, que vendeu à prefeitura a ideia. A Secretaria da Cultura interessou-se e assinou atestado de que nada tinha planejado a respeito para o ano do centenário da cidade. Porque houve essa lacuna, não teve licitação. E, por não haver a encomenda de um documentário pela prefeitura, por meio de licitação, ninguém mais fez.

Da metade em diante da argumentação, a decisão da Câmara de aprovar a verba se aparta do melhor caminho. Diante do pedido, a secretaria deveria ter assumido a falta de planejamento e recomendado ao produtor o percurso de praxe percorrido pelo comum dos produtores, isto é, correr atrás das verbas regulamentares. Buscar os R$ 100 mil por meio de projeto específico na Câmara é tratamento distinto e desestimula os que buscam minguados recursos pelos canais de lei (foto). A partir de agora, será uma corrida ao tesouro dos cofres públicos, diretamente.

Como disse o verador Marcos Daneluz (PT), o secretário Antonio Feldmann “olhou, gostou, aplaudiu e aprovou” o documentário. O encaminhamento não é razoável para definir quem deve ser brindado com recursos públicos.

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