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Maria Helena, Ana e Marisa se emocionam ao lembrar de momentos com os filhos
Foto: Gabriel Laim
JULIANA BEVILAQUA
juliana.bevilaqua@folhadecaxias.com.br
“Era sábado e a Carolina estava com amigdalite. Perguntei se ela tinha tomado o remédio. O Marcos entrou na cozinha e perguntou: Que remédio? A Carolina disse para ele não se meter. E, então, ele disse: Eu tenho de saber sim, porque quando a mãe e o pai não estão, eu é que tenho de cuidar de ti”.
A cena é de meados de 2003, ano em que a deputada estadual Maria Helena Sartori (PMDB) assumiu como suplente na Assembleia Legislativa. E foi tão impactante para ela, que não sai da cabeça da parlamentar. “Senti orgulho e um aperto no coração, porque ele estava assumindo uma responsabilidade que não era dele”, conta a também primeira-dama de Caxias do Sul.
Apesar de sempre ter participado de movimentos sociais, Maria Helena decidiu concorrer quando Marcos, 29 anos, e Carolina, 25, já eram crescidos. A opção garantiu que ela acompanhasse de perto o desenvolvimento dos dois. Mesmo assim, a deputada sente pelas atividades que eles perderam em função do pai, o prefeito José Ivo Sartori (PMDB), estar na vida pública há 36 anos.
“Eu sempre fiz o papel de pai e mãe. Acho que perderam muito, em não ir a parques aos domingos, por exemplo, porque no domingo a gente ia aos almoços das comunidades”, recorda.
A ausência do pai, por sinal, influenciou para que Marcos fosse contra a candidatura de Maria Helena à Assembleia. Depois, ele se arrependeu e pediu desculpas para a mãe.
“Sartori e eu casamos às vésperas da convenção do PMDB que o escolheu candidato a vereador. O Marcos nasceu no dia 11 de novembro, às vésperas da eleição que elegeu Sartori deputado. Quatro anos depois, no dia 2 de outubro, nasceu a Carolina, também véspera de eleição. É muito significativo”, emociona-se Maria Helena.
História parecida tem a vereadora Ana Corso (PT). Casada com o ex-prefeito Pepe Vargas (PT), ela foi primeira-dama de Caxias no mesmo período em que assumia uma cadeira na Câmara de Vereadores, em 1997. Gabriela, 17, a filha mais nova, tinha apenas um aninho quando o pai e a mãe foram eleitos. Isadora, hoje com 23, tinha sete.
“Relacionamento entre pessoas que estão na política é muito conflituoso em face dos compromissos. Mas sempre recebi muito apoio do Pepe. Sempre nos revezamos em buscar e levar na escola, nas festas.
Quando fiquei na Câmara Federal (em 1998, assumiu como suplente de deputado), ele segurou as pontas aqui”, lembra Ana, que entre 1990 e 1996 foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem. Agora, é a vez de Ana “segurar as pontas”. Com Pepe ministro do Desenvolvimento Agrário, a responsabilidade de cuidar das meninas não pode mais ser dividida igualmente.
“Elas entendem que a gente luta por uma sociedade mais justa. A Isadora é filiada ao PT, o primeiro voto da Gabriela foi no pai. Mas, ao mesmo tempo, para uma mãe que está na política tem o ônus. Quando perguntam se elas querem entrar na política, elas respondem: nem pensar”, comenta Ana.
Apesar de sempre estar presente, a petista lamenta por não ter oportunizado, por exemplo, uma festa de 15 anos para as filhas: “Não que elas me cobrem, elas não quiseram festa. Mas se eu pudesse voltar atrás, teria feito. Não uma festa como essas, de burguês. Mas uma festa para comemorar, com os amigos. Eu ainda quero fazer”.
Mãe duas vezes - Diferente de Maria Helena e Ana, a deputada estadual Marisa Formolo (PT) não teve tantos problemas de distância com os filhos. Quando assumiu a vice-prefeitura, em 1997, Caroline, 38, e Giovana, 37, já eram adultas, e Thiago, 30, adolescente. Os três, assim como o marido, Vilson Dalla Vecchia, sempre entenderam e apoiaram a atuação política da mãe.
Mas durante o último pleito que ela disputou à prefeitura, toda a família sofreu com os boatos que surgiram na época: “Os factoides da eleição de 2004 de que eu estaria presa foram muito angustiantes. Foi o momento mais duro para a gente. Foi muito sofrido. Esse era um dos grandes motivos que eles tinham para que eu entrasse de novo”.
Agora avó, Marisa vive um novo momento. E engana-se quem pensa que ela não tem tempo para curtir a neta Manuela, dois. Como a menina, filha de Caroline, mora com os pais em Porto Alegre, a deputada aproveita a garotinha quando está na Capital a trabalho.
“Eu sinto uma força, uma energia afetiva, porque ela é muito amorosa e provocativa. Ela me faz muito bem”, conta, com a alegria de uma nona.
Apesar dos compromissos como deputada, Marisa não abre mão de acompanhar as atividades dos filhos. Ontem, por exemplo, a agenda da parlamentar incluía assistir ao show da banda do filho na festa de aniversário de Caroline.
“Não tenho dúvida de ter os filhos que tenho foi a melhor coisa da minha vida. Não consigo entender as pessoas que não querem ter filhos. É a oportunidade de sentir um amor forte”, resume Marisa.
juliana.bevilaqua@folhadecaxias.com.br
“Era sábado e a Carolina estava com amigdalite. Perguntei se ela tinha tomado o remédio. O Marcos entrou na cozinha e perguntou: Que remédio? A Carolina disse para ele não se meter. E, então, ele disse: Eu tenho de saber sim, porque quando a mãe e o pai não estão, eu é que tenho de cuidar de ti”.
A cena é de meados de 2003, ano em que a deputada estadual Maria Helena Sartori (PMDB) assumiu como suplente na Assembleia Legislativa. E foi tão impactante para ela, que não sai da cabeça da parlamentar. “Senti orgulho e um aperto no coração, porque ele estava assumindo uma responsabilidade que não era dele”, conta a também primeira-dama de Caxias do Sul.
Apesar de sempre ter participado de movimentos sociais, Maria Helena decidiu concorrer quando Marcos, 29 anos, e Carolina, 25, já eram crescidos. A opção garantiu que ela acompanhasse de perto o desenvolvimento dos dois. Mesmo assim, a deputada sente pelas atividades que eles perderam em função do pai, o prefeito José Ivo Sartori (PMDB), estar na vida pública há 36 anos.
“Eu sempre fiz o papel de pai e mãe. Acho que perderam muito, em não ir a parques aos domingos, por exemplo, porque no domingo a gente ia aos almoços das comunidades”, recorda.
A ausência do pai, por sinal, influenciou para que Marcos fosse contra a candidatura de Maria Helena à Assembleia. Depois, ele se arrependeu e pediu desculpas para a mãe.
“Sartori e eu casamos às vésperas da convenção do PMDB que o escolheu candidato a vereador. O Marcos nasceu no dia 11 de novembro, às vésperas da eleição que elegeu Sartori deputado. Quatro anos depois, no dia 2 de outubro, nasceu a Carolina, também véspera de eleição. É muito significativo”, emociona-se Maria Helena.
História parecida tem a vereadora Ana Corso (PT). Casada com o ex-prefeito Pepe Vargas (PT), ela foi primeira-dama de Caxias no mesmo período em que assumia uma cadeira na Câmara de Vereadores, em 1997. Gabriela, 17, a filha mais nova, tinha apenas um aninho quando o pai e a mãe foram eleitos. Isadora, hoje com 23, tinha sete.
“Relacionamento entre pessoas que estão na política é muito conflituoso em face dos compromissos. Mas sempre recebi muito apoio do Pepe. Sempre nos revezamos em buscar e levar na escola, nas festas.
Quando fiquei na Câmara Federal (em 1998, assumiu como suplente de deputado), ele segurou as pontas aqui”, lembra Ana, que entre 1990 e 1996 foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem. Agora, é a vez de Ana “segurar as pontas”. Com Pepe ministro do Desenvolvimento Agrário, a responsabilidade de cuidar das meninas não pode mais ser dividida igualmente.
“Elas entendem que a gente luta por uma sociedade mais justa. A Isadora é filiada ao PT, o primeiro voto da Gabriela foi no pai. Mas, ao mesmo tempo, para uma mãe que está na política tem o ônus. Quando perguntam se elas querem entrar na política, elas respondem: nem pensar”, comenta Ana.
Apesar de sempre estar presente, a petista lamenta por não ter oportunizado, por exemplo, uma festa de 15 anos para as filhas: “Não que elas me cobrem, elas não quiseram festa. Mas se eu pudesse voltar atrás, teria feito. Não uma festa como essas, de burguês. Mas uma festa para comemorar, com os amigos. Eu ainda quero fazer”.
Mãe duas vezes - Diferente de Maria Helena e Ana, a deputada estadual Marisa Formolo (PT) não teve tantos problemas de distância com os filhos. Quando assumiu a vice-prefeitura, em 1997, Caroline, 38, e Giovana, 37, já eram adultas, e Thiago, 30, adolescente. Os três, assim como o marido, Vilson Dalla Vecchia, sempre entenderam e apoiaram a atuação política da mãe.
Mas durante o último pleito que ela disputou à prefeitura, toda a família sofreu com os boatos que surgiram na época: “Os factoides da eleição de 2004 de que eu estaria presa foram muito angustiantes. Foi o momento mais duro para a gente. Foi muito sofrido. Esse era um dos grandes motivos que eles tinham para que eu entrasse de novo”.
Agora avó, Marisa vive um novo momento. E engana-se quem pensa que ela não tem tempo para curtir a neta Manuela, dois. Como a menina, filha de Caroline, mora com os pais em Porto Alegre, a deputada aproveita a garotinha quando está na Capital a trabalho.
“Eu sinto uma força, uma energia afetiva, porque ela é muito amorosa e provocativa. Ela me faz muito bem”, conta, com a alegria de uma nona.
Apesar dos compromissos como deputada, Marisa não abre mão de acompanhar as atividades dos filhos. Ontem, por exemplo, a agenda da parlamentar incluía assistir ao show da banda do filho na festa de aniversário de Caroline.
“Não tenho dúvida de ter os filhos que tenho foi a melhor coisa da minha vida. Não consigo entender as pessoas que não querem ter filhos. É a oportunidade de sentir um amor forte”, resume Marisa.
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