quarta-feira, 9 de maio de 2012

VIOLÊNCIA POLICIAL - JORNAL PIONEIRO

 AGRESSÃO GERA MOBILIZAÇÃO



Caxias do Sul – A ação dos policiais suspeitos de sequestrar e agredir um jovem homossexual no ano passado foi discutida ontem em reunião extraordinária da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores. O fato também gerou manifestação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais (ABGLT).


A vereadora Ana Corso (PT), que presidiu o encontro de ontem na Câmara, disse que todas as informações colhidas durante a conversa com o jovem agredido serão encaminhadas às corregedorias da Brigada Militar e Polícia Civil para anexação aos inquéritos.


A reunião extraordinária foi proposta pela ouvidora da Segurança Pública do Estado, representada no encontro pela ouvidora Patrícia Luci Machado Couto. Representantes de duas organizações não-governamentais (ONGs), que defendem os direitos homossexuais, também participaram da reunião.
Repúdio nacional – Opresidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, teve acesso às reportagens do Pioneiro e da RBS TV que denunciaram o caso e noticiaram o indiciamento de seis PMs por abuso de autoridade e de um policial civil responsabilizado por prevaricação.
Reis partiu em defesa do promotor de vendas de 31 anos e classificou como lastimável a ação de PMs. O presidente da associação disse ainda que a ABGLT irá acompanhar o caso até o desfecho.

– Infelizmente, isso ainda acontece. Não são todos os policiais, mas alguns agem com preconceito – avalia Reis.

Ainda ontem a ABGLT formalizou uma denúncia junto à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, ligada ao gabinete da presidente da república. Era com o serviço de denúncias da secretaria, o Disque 100, que o rapaz conversava quando foi sequestrado por PMs em frente ao prédio que concentra cinco delegacias e o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública. No momento em que foi surpreendido pelos policiais, o rapaz tentava fazer uma denúncia contra brigadianos.


O presidente da ABGLT disse que encaminhará também um documento ao governo do Rio Grande do Sul cobrando uma investigação rápida e transparente. Reis destacou a coragem do promotor de vendas para denunciar e levar o caso adiante. Segundo o presidente, são raros os episódios envolvendo policiais que são denunciados e que ganham a publicidade dada para esse fato.

- Na noite de 11 de fevereiro de 2012, o jovem tentava denunciar ao Disque 100 atitudes de brigadianos em frente ao prédio que concentra cinco delegacias na cidade

- PMs o sequestraram para que não registrasse suposta negligência de colegas

- O jovem teria sido agredido e humilhado durante 45 minutos. Os ataques teriam ocorrido dentro de uma viatura e de módulo da BM


- Ana Corso, vereadora (PT)


Não queremos tomar nenhuma ação contra a polícia, mas contra as atitudes de excesso de poder de alguns agentes. Este caso dever ter um caráter educativo e emblemático.


- Patrícia Couto, ouvidora da Secretaria de Segurança Pública do Estado


A ouvidoria acompanhará a investigação para que os policiais não retomem atitudes e ofensas como as relatadas pelo jovem.


- Célio Golin, coordenador da ONG Nuances


Se ainda hoje policiais têm essa postura, ainda temos que andar muito. Todo o avanço que viemos tendo no Legislativo também motiva a violência nos mais conservadores.

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