VEREADORES ADIAM VOTAÇÀO DO PROJETO CONTRA POLUIÇÃO VISUAL

por Robin Siteneski | 03/05/2012 às 19:53

Pressão da CDL, que quer autorização para placas maiores, fez com que vereadores recuassem. Projeto tramita há 7 anos na Câmara de Vereadores.

Foto: Maurício Concatto/ O Caxiense

Por 9 votos a 7, a Câmara de Vereadores adiou por três dias a votação o projeto que regulamenta a poluição visual em Caxias do Sul nesta quinta-feira (3). Vinicius Ribeiro (PDT), Guiovane Maria (PT), Gustavo Toigo (PDT), Edson da Rosa (PMDB), Felipe Gremelmaier (PMDB), Ana Corso (PT) e Denise Pessôa (PT) foram contra o adiamento.

O pedido de adiamento foi feito pelo vereador Renato de Oliveira (PC do B) a pedido da presidente da casa Geni Peteffi (PMDB). Antes dos vereadores votarem, a sessão foi suspensa e a maioria dos vereadores se reuniu fora do plenário. Quando a sessão foi retomada, Geni chegou a dizer que o adiamento seria aprovado por unanimidade e por 10 dias.

O relator Vinicius Ribeiro (PDT) apontou que um adiamento tão longo não poderia ser feito. Como o projeto tramita em regime de urgência, ele só pode ser adiado por três dias e deve ser votado na próxima quarta-feira.

“No atual momento de tramitação não tem mais como alterar o projeto,” afirmou Vinicius.

“Só estamos atrasando e dando uma demonstração de fraqueza. A cada momento que tem alguma coisa importante nessa casa há um recuo,” defendeu Guiovane Maria.

“Isso já está virando piada”, acrescentou.

“Tem gente aqui que tem uma pressa louca de votar e nós não sabemos o porquê disso,” disse Geni, que concluiu:
“Se depender de mim nós vamos buscar o consenso.”

A proposta que até essa quarta era apoiada por 14 vereadores era de que 50% da fachada das lojas em frente à via pública poderá ter publicidade e 30% de espaço publicitário para prédios considerados patrimônio histórico. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) pede 60% e 40%, respectivamente.

“Nós temos uma cultura que aprendemos a fazer essa comunicação com o mercado,” afirma Paulo Magnani, presidente da CDL.

“Um espaço muito pequeno é válido somente para marcas famosas”, declarou Magnani.

Magnani era uma das cerca de 45 pessoas que acompanharam a sessão que adiou a votação. Segundo ele, as lojas que mais teriam que fazer modificações são as menores.

A presidente do Conselho Municipal de Cultura Rubia Ana Mossi Frizzo é a favor do percentual de 50% e 30%. Ela diz que parte do patrimônio histórico da cidade não pode ser visto por causa de placas publicitárias.

“Não acreditamos que placas maiores comuniquem melhor,” defende Rubia.

Renato Nunes (PRB) retirou duas de suas emendas ao projeto. Ele mantêm o pedido de retirar igrejas, templos e centros religiosos do projeto de lei. O vereador é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus e tem pouca esperança que sua emenda seja aprovada.

“Não acredito que vai mudar nada,” disse. “Já vou até revelar o meu voto. Eu votarei contra esse projeto seja hoje seja quarta-feira que vem”, anunciou Nunes.

O projeto contra a poluição visual tramita na Câmara há sete anos.