quinta-feira, 10 de março de 2011

ABACAXI PARA DESCASCAR - COLUNA MIRANTE

ABACAXI PARA DESCASCAR


Como já era esperado, o episódio da liberação e posterior interdição do Residencial Puerto Vallarta, com quatro prédios de 10 andares nas imediações do Aeroporto Regional, foi o principal assunto do retorno da Câmara no pós-Carnaval. Isso que o debate foi preliminar. Ou seja, os vereadores não chegaram a se engalfinhar, retoricamente falando, é claro. Muita água ainda irá rolar.


A vereadora Ana Corso (PT), que introduziu o assunto para debate em plenário, embasou a discussão na Lei 7.565, o Código Brasileiro de Aeronáutica. No texto da lei está escrito: “As administrações públicas deverão compatibilizar o zoneamento do uso do solo, nas áreas vizinhas aos aeródromos, às restrições especiais, constantes dos Planos Básicos e Específicos.”


Ana confirmou que ingressa hoje com dois pedidos de informações ao Executivo. O pedido básico quer saber quem autorizou e por que autorizou a construção em uma área com restrições às operações aéreas. Ela também informou que há um segundo projeto do Minha Casa, Minha Vida, em Santa Corona, que prevê cinco prédios de cinco andares, mas estaria no cone de aproximação das aeronaves.


– O problema é sério, o problema é grave. O Governo Sartori tem um abacaxi na mão para descascar – comparou Ana.


No entanto, a petista, que em um primeiro momento chegou a falar em CPI, não mencionou as três letrinhas em plenário.

A base do governo reagiu com cautela. Limitaram-se os vereadores a ir na linha de que o prefeito Sartori irá “responsabilizar quem de direito”. É o básico e o mínimo.

Mas o assunto é, de fato, muito grave, com reflexos também sociais, para quem comprou uma unidade no residencial. Praticamente tudo ainda está por se esclarecer. E o debate crescerá muito mais na Câmara.

CIRO FABRES

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