por Robin Siteneski
Em meio à polêmica da obra do Residencial Puerto Vallarta, embargada pela possibilidade de atrapalhar o tráfego aéreo do Aeroporto Regional, o diretor do Departamento Aeroportuário do Estado (DAP), Roberto Carvalho Netto, afirmou nesta segunda-feira que uma medida razoavelmente simples poderia melhorar as condições atuais do Hugo Cantergiani. Segundo ele, a retirada da caixa d’água da Intral nas proximidades do aeroporto poderia dar ganho de pista de 300 metros para decolagem.
“300 metros ajudariam bastante. A prefeitura tem conhecimento disso, é um problema muito antigo”, revela Netto, que também é piloto.
O DAP elabora o estudo de demanda que vai embasar a decisão de Tarso Genro (PT) sobre qual local seria o ideal para um novo aeroporto na Serra – se Vila Oliva ou Monte Bérico. O governador promete resposta em 60 dias, a contar da segunda-feira passada (21).
“No último estudo, alguns aspectos compensaram outros, e não houve esse apontamento de demanda.”
Netto afirma ainda estar procurando uma alternativa para fazer o levantamento sem contratar estudo técnico, o que inviabilizaria a resposta no tempo que o governador lhe pediu. As previsões de demanda a curto prazo, no entanto, não são animadoras para os defensores de Vila Oliva.
Para o próximo ano, dos cerca de 150 mil passageiros que deverão passar pelo Hugo Cantergiani, a estrutura e o número de voos atual pode atender cerca de 75% da demanda. Netto ressalva que essa é uma previsão pessimista.
Quem mora na cidade há mais de seis anos perguntaria, saudosista, por que então a cidade já teve mais voos diários – atualmente são apenas dois. Segundo Netto, o DAC (Departamento de Aviação Civil, órgão que foi substituído pela Anac) exigia que voos com destino a Congonhas, o aeroporto mais movimentado do país, tivessem uma escala regional.
“Todo mundo queria operar em Caxias. Imagina, fazia a perna regional e ainda dava algum lucro.”
A exigência acabou e as empresas aéreas se foram. Netto participou de uma reunião na Câmara de Vereadores sobre a interdição do residencial Puerto Vallarta e falou sobre o equipamento de aproximação que poderia dar mais eficiência ao aeroporto.
“Infelizmente não há possibilidade de ampliar. O equipamento precisaria de uma área livre que iria até a BR-116. Também não seria a solução. Porto Alegre tem e voos ainda atrasam e são cancelados por causa do tempo.”
Na avaliação do diretor do DAP, o ideal para fomentar o uso do Hugo Cantergiani seria a retomada da exigência da escala regional, que ele diz estar defendendo junto à Anac.
Para Netto, até a nomenclatura da demanda por um novo aeroporto está equivocada:
“Dizer que a cidade precisa de um aeroporto de carga e passageiros é um erro. Se há condições de decolagem, não importa se o avião está carregado com 100 toneladas em pessoas ou em combustível”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário